Área plantada no País encolhe 5,4%

Rio – O câmbio foi o principal responsável pela redução de 5,4% da área plantada de grãos no Brasil em 2006, a primeira queda registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2001 (-1% ante a safra anterior) e o primeiro recuo significativo desde 1998 (-5,5%). Segundo estimativa divulgada hoje (6) pelo IBGE, a área chegará a 46,81 milhões de hectares, ante os 49,03 milhões da safra 2005.

Os ganhos de produtividade do setor vão impedir recuos na produção, apesar da redução de área. O gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Neuton Rocha, disse que a valorização do real, que prejudicou os preços dos produtos agrícolas, desestimulou os produtores a aumentar a área plantada. Isso ocorreu especialmente na soja, cultura que registrará queda de 1,38 milhão de hectares na área plantada. Na safra atual, a área plantada de soja será de 22,03 milhões de toneladas, ante 23,41 milhões na safra anterior. No caso da soja o IBGE não registrava queda desde 1999.

No total da safra, a área plantada apresentou significativo crescimento entre 1990 (37,66 milhões de hectares) e 2006, mas a produção cresceu muito mais no período (de 56,09 milhões de toneladas para 121,97 milhões previstos para este ano), o que Rocha atribui ao aumento da produtividade. É esse aumento que vai permitir que, mesmo com a queda da área em 2006, a safra estimada para o ano seja 8,46% superior à registrada em 2005 (112,45 milhões de toneladas). Também na soja haverá aumento da safra (9,29%, para 55,88 milhões de toneladas), apesar da queda na área, já que essa cultura foi a que apresentou os maiores aumentos de produtividade nos últimos anos

Segundo o levantamento de safra relativo a março, divulgado hoje, os maiores crescimentos da safra neste ano, além da soja, vão ocorrer no milho de 1.ª (18,52%) e de 2.ª (25%) safras, além do café em grão (18,92%).

Apesar da manutenção da projeção de crescimento da safra atual em relação à safra anterior, o IBGE revisou para baixo (-1 58%) a estimativa de produção no levantamento de março em relação a fevereiro. O recuo ocorreu por causa de impactos, na soja e no milho, da falta de chuvas. No caso da soja, também houve utilização menor de fertilizantes na região Sul, onde os produtores estão descapitalizados por causa da forte quebra da safra local no ano passado.

Voltar ao topo