Brasília – Os aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo continuam sem saber qual será o reajuste a que têm direito este ano. Por falta de acordo, a votação da Medida Provisória 291, que reajusta os benefícios, foi adiada novamente. Há mais de um mês, governo e oposição se enfrentam na votação do reajuste dos aposentados.
O governo insiste que não tem condições de conceder um reajuste maior que os 5% estabelecidos na MP 291. A oposição insiste na aprovação de um reajuste de 16,67%. Segundo o governo, esse reajuste geraria um déficit de cerca de R$ 7 bilhões na Previdência Social.
Hoje (11), a negociação no Congresso começou com a oposição apresentando um requerimento para alterar o texto original da MP editada pelo governo. A proposta do líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), era acrescentar ao texto original um parágrafo, concedendo mais 11,67% de reajuste além dos 5% propostos pelo governo. Com isso, o valor chegaria aos 16,67%.
A base aliada do governo, então, obstruiu a votação nominal, retirando seus parlamentares do plenário. O resultado da monobra é que apenas 42 deputados votaram contra o requerimento e 197 votaram favoravelmente ao texto apresentado pelo PFL. Eram necessários, no mínimo, 257 deputados para que a sessão prosseguisse. No entanto, apenas 244 deputados votaram.
O líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), teria insistido para que os aliados do governo votassem pela rejeição do requerimento da oposição. Segundo ele, a tendência é que amanhã a presença de deputados na Casa seja inferior a de hoje. Albuquerque diz ter tentado convencer os aliados, mas a base preferiu se ausentar da votação.
A Câmara ainda não conseguiu votar nenhuma matéria que tranca a pauta no esforço concentrado que os deputados realizam nesta última semana antes do recesso do mês de julho.