Após BC, Mantega admite ser possível nova revisão do PIB

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na tarde desta quinta-feira (28) que o Banco Central foi "prudente" na sua projeção de crescimento do PIB para 2006, Segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje, o BC reduziu de 4% para 3,5% a projeção de crescimento econômico neste ano. "É natural que o BC seja mais conservador. É uma prudência de modo a errar para menos em vez de errar para mais", afirmou o ministro. "Eu acredito em um PIB de 4% este ano", completou.

Mantega, contudo, deixou em aberto a possibilidade de uma nova revisão na projeção do PIB pelo Ministério da Fazenda. "Recentemente, fizemos uma redução na nossa projeção de 4,5% para 4%. Isso não quer dizer que não voltaremos a revisar", disse Mantega, ressaltando, contudo, que o desempenho da economia no terceiro trimestre será o referencial da Fazenda para a projeção para o ano.

O ministro demonstrou otimismo em relação à expectativa para o atual trimestre, que se encerra neste fim de semana. "Olhando os indicadores disponíveis, vemos que o terceiro trimestre será muito melhor, com investimento puxando o crescimento. Vamos observar o comportamento do terceiro trimestre para ter uma posição mais sólida para o ano", disse Mantega.

Juros

Na sua avaliação, o Relatório de Inflação sinalizou que há espaço para a redução de juros. Mantega argumentou que a projeção de IPCA (em 3,4% este ano) está abaixo da meta de inflação para o ano (de 4,5%) e o número para o crescimento da economia foi reduzido em relação ao que o próprio BC projetava. "Então é porquê há espaço para os juros continuarem caindo", concluiu.

Mantega disse ainda que os investimentos também estão maiores neste trimestre do que no anterior. Ele acredita que haverá aumento dos investimentos nesse ano em 7 pontos porcentuais do PIB (pelo conceito da Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF). Segundo ele, já no primeiro semestre havia uma sinalização desta "dimensão" de crescimento na taxa de investimentos. Lembrou, nesse sentido, que nos últimos 12 meses encerrados em julho os investimentos cresceram quase 10%.

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