Anistia aponta trabalho forçado em canaviais no País

O relatório da Anistia Internacional divulgado nesta quarta-feira (28), em Londres, destaca a existência de trabalho forçado no setor canavieiro, principalmente nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, segundo informações da Agência Brasil. A exploração de indígenas nos canaviais do sul do Mato Grosso, onde vivem "em condições extremamente precárias e insalubres", também é apontado no relatório.

O pesquisador da entidade sobre temas relacionados ao Brasil, Tim Cahill, destaca que a impunidade ajuda a tornar a situação ainda mais grave, citando como exemplo o caso da morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, no Pará, em fevereiro de 2005. O fazendeiro acusado de ter sido o mandante do crime havia sido condenado a 30 anos de prisão, mas foi absolvido em segundo julgamento, no dia 6 de maio deste ano.

Ainda em relação à impunidade, o relatório destaca o fato de o Brasil "continuar sendo um dos únicos países da região a não contestar as leis que deram imunidade às autoridades do regime militar responsáveis por graves abusos dos direitos humanos, como tortura".

O documento destaca, no entanto, que houve no País o reconhecimento oficial de que esses abusos foram cometidos durante o regime militar (1964 – 1985), mas critica o fato de que alguns arquivos militares tenham permanecido secretos e que familiares continuem a procura por restos mortais de vítimas "que o Estado fez desaparecer naquele período".

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