Animais silvestres são comercializados de forma clandestina

Anualmente, no Brasil, milhares de animais silvestres são retirados da natureza e comercializados de forma clandestina. Só nos meses de dezembro e janeiro, durante a operação verão, a Delegacia do Meio Ambiente do Paraná resgatou cerca de quinhentos animais retirados irregularmente de seu habitat natural.

Segundo o delegado Wilciomar Voltaire Garcia, são grandes vítimas do tráfico pássaros silvestres, papagaios, micos, macacos e tartarugas. No Paraná, eles geralmente são capturados em regiões próximas à capital e no litoral. Os traficantes de animais costumam vendê-los em diversas regiões do País e mesmo em outros países, principalmente da América do Norte e Europa.

De cada dez animais retirados da natureza, a estimativa é de que apenas um sobreviva. "Pela facilidade de captura, os traficantes dão preferência a filhotes. Muitas vezes, no caso de pássaros, eles derrubam os ninhos e matam os animais. Quando conseguem capturá-los, os transportam em locais inadequados, como dentro de tubos de PVC", explica o delegado. "Diante de fiscalizações, os traficantes se livram dos animais, que acabam morrendo dentro dos tubos".

Depois de vendidos, os animais também dificilmente sobrevivem. Isso porque eles são criados fora do habitat natural e muitas vezes recebem alimentação inadequada. "É muito difícil chegar aos traficantes. Porém, quando conseguimos resgatar os animais, geralmente os encontramos em péssimo estado de saúde. Muitos são vítimas de maus-tratos e apresentam sinais de desnutrição".

No Paraná, quando resgatados por integrantes da delegacia, os animais são avaliados por médicos veterinários e levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que pertence ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tem sede no município de Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.

Tratamento

No local – que funciona em parceria com a PUCPR -os animais recebem tratamento. "Os que têm condições são reintroduzidos à natureza", comenta Wilciomar. "Os que não têm, vão para parques municipais e estaduais ou são levados para criadores conservacionistas. Esses são autorizados pelo Ibama a ficar com os animais e mesmo promover a reprodução em cativeiro". Para combater o tráfico, o delegado aconselha as pessoas a nunca comprar animais silvestres. Diante da venda irregular, denúncias podem ser feitas pelo telefone (41) 356-7047.

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