Analistas de mercado prevêem queda menor da taxa de juros

A taxa básica de juros (Selic) deve cair ainda este ano dos atuais 15,25% para 14,5%, e não mais para 14% como os analistas de mercado acreditavam há um mês. Há duas semanas, a previsão já havia subido para 14,25% em decorrência das incertezas internacionais sobre redução de juros nos Estados Unidos e Europa. O novo aumento para 14,5% está relacionado com a sinalização de "parcimônia" na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

É o que revela o boletim (Focus) divulgado hoje (12) pelo Banco Central com resultado da pesquisa semanal que o banco faz junto a uma centena de analistas de mercado para verificar as tendências dos principais indicadores da economia. De acordo com os economistas da iniciativa privada, o otimismo quanto à baixa dos juros diminuiu em relação a este ano. Ainda assim, eles mantiveram a expectativa de redução para 13% em 2007.

De modo geral, os analistas admitem que a economia vai bem; sem sobressaltos. Salvo quanto à redução da estimativa de crescimento da produção industrial, que caiu da expectativa anterior de 4,5% para 4,28%. Mas, sem força para mexer na perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ? soma das riquezas produzidas no país -, mantida em 3,6% neste ano e 3,7% no ano que vem.

Em conseqüência, nada muda na projeção de que a relação entre dívida líquida do setor público e PIB encerrará o ano em torno de 50,5%. Ou seja: mais de metade do que o Brasil produz está comprometido com a dívida, que cai lá fora, mas aumenta no mercado interno e já ultrapassa R$ 1 trilhão. A perspectiva do boletim Focus é de que a relação dívida/PIB caia para 49,1% em 2007.

De acordo com a previsão dos analistas de mercado, o saldo da balança comercial (exportações menos importações) deve mesmo fechar o ano em US$ 40 bilhões, considerando-se que a cotação do dólar chegará ao final do ano valendo R$ 2,20. Nos cálculos dos economistas, isso vai possibilitar superávit de US$ 9 bilhões na conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.

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