Ana Tiemi, 17 anos, retrato da invasão que vem por aí

A levantadora Ana Tiemi Takagui, de 17 anos e 1,88 m – esguia, foge do padrão físico dos descendentes de japoneses -, é uma amostra do que o vôlei feminino brasileiro terá em quadra na próxima temporada de clubes. Jovens atletas assumem a posição de titulares em seus times, numa das maiores renovações do esporte nos últimos anos.

Ana defende o Minas, neste domingo, contra o All Star Belgian, na Salonpas Cup, às 11 horas, no Ginásio do Ibirapuera (entrada franca). Rexona-Ades e Havana Clube, de Cuba, jogam às 13 horas (com BandSports).

"Encaro com tranqüilidade quando me apontam como destaque. Mas não me deixo iludir. Tenho paciência, sou nova e ainda preciso aprender. Tenho capacidade, mas não posso me acomodar para não ser só uma promessa", afirma a bicampeã mundial juvenil com a seleção brasileira (2003 e 2005). Acha que ainda precisa aprender a ser "mais malandra" em quadra. "Isso vem com o tempo." E mais veloz. "Tenho de armar as jogadas mais rápido".

Apesar da pouca idade, Ana já tem certa experiência. Começou no vôlei em sua cidade, Nova Mutum, no Mato Grosso, por influência da mãe, Cleneci. Aos 12 anos, para jogar, foi morar com o irmão mais velho, em Cuiabá. E foi ela quem procurou a peneira do Minas, aos 14 anos. "Sempre fui fominha, queria jogar". Quando tem problemas, procura o telefone. "Ligo para a minha mãe".

Discorda que o Brasil enfrente uma crise de levantadoras, mesmo com a aposentadoria de Fernanda Venturini e Fofão da seleção. Além das levantadoras que estão na equipe adulta – Carol e Marcelle -, cita Daniele Lins, também jovem como ela.

O assistente-técnico do Rexona-Ades, Hélio Griner, diz que as jogadoras mais experientes trocaram a quadra pela praia ou foram para o exterior, abrindo espaço. "Acho que esta é a melhor geração desde aquela que foi campeã juvenil em 1987/89".

Paulo Coco, da Finasa/Osasco, acha que a renovação é maior que a de 2003. Emanuel Arnout, o Manu, técnico do Minas, observa que as promessas, como Ana Tiemi, terão de trabalhar muito. Mas entende que a levantadora poderá estar na Olimpíada de Pequim, em 2008. "Ela tem biotipo, qualidade técnica, persistência e inteligência. Mas precisa ser orientada e ganhar maturidade".

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