Ambientalista quer Ferrovia do Colono

O ambientalista João Batista Moreira Souza, o João das Águas, fundador da ONG Patrulha das Águas, enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao governador Roberto Requião, aos deputados estaduais do Paraná e aos deputados federais e senadores que representam o Estado no Congresso, apresentando uma proposta que considera socialmente justa e ambientalmente adequada para a Estrada do Colono.

João das Águas, que pratica canoagem, rafting e outros esportes nas águas do Parque Nacional do Iguaçu, defende a construção de uma ferrovia no local. Fechada por ordem judicial em 1986, a Estrada do Colono atravessa o parque em uma extensão de 17 km.

?Acredito que uma alternativa ambientalmente sustentável deve considerar todas as variáveis existentes, isto é, analisar os prós e os contras das diferentes propostas?, afirma. ?Reabrir e criar uma estrada representaria, sem dúvida, a volta dos impactos nocivos ao ambiente. Entretanto, fechá-la definitivamente ao trânsito provoca danos à economia dos municípios do entorno do parque e também ao ambiente.?

Para João das Águas, o acréscimo de 120 km no deslocamento entre as cidades de Capanema e Serranópolis do Iguaçu, provocado pelo fechamento da estrada, resulta em maior consumo de combustível e, conseqüentemente, mais poluição do ar.

?Existe uma boa proposta em estudo: a construção de um túnel no local?, lembra o ambientalista. ?Mas, devido ao tipo de relevo, hidrografia e extensão, acredito que isso seria inviável devido ao alto valor dos recursos necessários para tal empreitada.?

Pela proposta de João das Águas, seria construída uma ferrovia, na qual circularia um trem elétrico de transbordo, trafegando a baixa velocidade, a cada meia hora ou outro intervalo conveniente, somente no período diurno. Os veículos viajariam acomodados em vagões adequados e os passageiros num confortável vagão especial com visão panorâmica, semelhante à automotriz (litorina) utilizada na Serra do Mar.

?Esta proposta apresenta baixo custo e é ambientalmente aceitável, considerando os impactos e os custos dentre as outras propostas possíveis, apresenta baixíssima área impermeabilizada, largura muito inferior a uma estrada e possibilidade de construção de áreas com trechos elevados, pontes e áreas apropriadas para o tráfego de animais e até, se for o caso, pequenos túneis para reduzir os impactos?, argumenta.

?Seriam no máximo 24 viagens (considerando ida e volta) de baixa velocidade, sem a queima de combustíveis fósseis, transportando até cem veículos por viagem, que totalizariam 2.400 veículos por dia, algo superior ao volume de tráfego estimado para aquela demanda. Dentre outras variáveis ambientais positivas, estaríamos criando também uma rota turística de relevante grandeza e beleza para a região e o Estado do Paraná.?

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