Alta do consumo de energia desacelera em outubro

O consumo de energia elétrica em outubro atingiu 47.643,8 MW médios, com alta de 2,65% em relação a outubro do ano passado, conforme dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), obtidos pela Agência Estado. Os dados do ONS mostram uma expressiva desaceleração no ritmo nos últimos meses. Em julho, por exemplo, a taxa de crescimento ficou em 5,50% em relação ao mesmo mês do ano passado, caindo para 4,80% em agosto (sobre agosto de 2005), para 3,54% em setembro e os 2,65% em outubro. No acumulado do ano, a variação ficou em 3,65% sobre o período de janeiro a outubro do ano passado.

Na região Sudeste, que responde por quase dois terços do consumo nacional, o aumento foi de apenas 0,78% no intervalo de 12 meses registrando a menor variação entre os quatro submercados acompanhados pelo ONS. A região Norte manteve a maior taxa de expansão, com variação positiva de 8,07% em outubro (sobre outubro de 2005), seguido da região Sul (6,41%) e Nordeste (4 54%). Além da variação da temperatura, o consumo de energia elétrica está diretamente ligado à atividade econômica, especialmente à produção industrial.

Pelo acompanhamento do ONS, os reservatórios das grandes hidrelétricas da região Sudeste estão voltando a se recuperar devido ao bom regime pluviométrico registrado no mês passado. A média de chuvas em outubro ficou 25% acima da média histórica. Na região Sul, ao contrário, a seca continua e as chuvas de outubro ficaram em torno de 40% da média de 72 anos acompanhados pelo ONS. No Nordeste, as chuvas deste ano em outubro ficaram praticamente nos mesmos níveis do ano passado.

Os reservatórios das grandes hidrelétricas continuam em situação confortável em relação à curva de aversão ao risco, o que afasta a possibilidade de restrição de oferta de energia elétrica nos próximos dois anos. Segundo o ONS, no Sudeste os reservatórios estavam ontem em torno de 45,20% da capacidade máxima de armazenamento, com folga de 17,20 pontos porcentuais sobre o limite mínimo fixado pelo governo. No Nordeste, os reservatórios estão em 52,26% da capacidade máxima, com folga de 31,26 pontos porcentuais em relação à curva de aversão ao risco. No Sul, os reservatórios estavam ontem em 40,70% da capacidade máxima, com folga de 21,70 pontos porcentuais.

O ONS continua fazendo transferências de grandes blocos de energia do Sudeste para o Sul. Ontem, por exemplo, foram exportados 1.691 MW médios, o que representou quase 20% do consumo regional. Tradicionalmente o período de chuvas é mais intenso a partir de novembro nas regiões Sudeste-Centro Oeste/Nordeste e Sul, com a recuperação dos reservatórios. A região Sul, ao contrário, registra menos chuvas nesse período.

Mesmo com o aumento das chuvas, o ONS ampliou a utilização das usinas termelétricas nas últimas semanas. Ontem, as térmicas convencionais geraram o equivalente a 4,38% do consumo nacional, além de outros 1.863 MW médios das usinas nucleares, equivalentes a 3,62% do total.

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