Alma nova

Um partido, pelo menos, tem motivos de sobra para festejar o arquivamento da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF): o Democratas, versão revista e corrigida da nefasta Aliança Renovadora Nacional (Arena), onde se refestelaram os paisanos hipnotizados pelo golpe militar.

A bem da verdade deve-se reconhecer que o Democratas de hoje pouco ou nada tem a ver com a finada Arena, firme e forte no seu entrelaçamento com o governo Lula, assim como nos anteriores desde a redemocratização, graças ao ranço oficialista do chefe do enclave remanescente de arenistas, o impávido senador José Sarney.

O partido que votou fechado pelo arquivamento da CPMF e que em momento algum da discussão arredou pé da decisão, pela força integradora e diretiva de seus novos líderes, deveria aproveitar a oportunidade para assegurar ao País o abandono definitivo da pecha de partido conservador, retrógrado e golpista.

Enfim, a prática da legítima democracia liberal, em muitos países de elevado nível de politização, tem trazido inegáveis ganhos civilizatórios para a sociedade. No Brasil não seria diferente.

Cabe aos liberais provar que sua ideologia é a mais consentânea com as aspirações populares e conquistar pelo voto livre a prerrogativa do poder. As novas vocações do grêmio, dentre elas o deputado catarinense Paulo Bornhausen, por sinal, herdeiro político dos derradeiros ?coronéis? do estado vizinho, garantem que o partido está de alma nova. Só resta convencer os eleitores.

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