Algodão transgênico dá competitividade, argumentam produtores

Produtores de algodão defenderam hoje a liberação do cultivo de sementes geneticamente modificadas no País como forma de reduzir os custos de produção e pôr o Brasil em condições de competir com outros países, como Estados Unidos, China, África do Sul, Austrália, Índia, México, Colômbia e Indonésia. Estes países, que têm autorização para cultivo de algodão transgênico, respondem por cerca de 65% da produção mundial, estimada em 20 milhões de toneladas.

No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) anunciou, em novembro, autorização para comercialização e cultivo de sementes de algodão que apresentem até 1% de transgenia, mas a decisão foi contestada pelo Ministério do Meio Ambiente. "Sem o algodão transgênico a produção no País perderá competitividade. Não conseguiremos competir com outros importantes produtores, que gastam menos para produzir", argumentou o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen Rodrigues. Ele participou do evento "Biossegurança do Algodão Transgênico", organizado pela Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), que defende os transgênicos.

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Para justificar seu argumento, Rodrigues apresentou dados sobre custo de produção do algodão nos Estados Unidos, China, Brasil, Austrália e Argentina. O Brasil é quem gasta mais para produzir algodão: US$ 1,5 mil por hectare, na média. "Desse total, US$ 540 são gastos com defensivos e inseticidas. Com o algodão transgênico poderíamos reduzir em 30% os gastos", argumentou. Na Argentina, o custo de produção é de US$ 614 por hectare.

De acordo com Rodrigues, os gastos com agroquímicos são menores nos países onde o cultivo de algodão transgênico é permitido. Ele informou que enquanto os produtores brasileiros gastam com inseticidas e defensivos US$ 574,85 por hectare de lavoura, na Austrália são US$ 360. O gasto total com agroquímicos é de US$ 183,64 por hectare nos Estados Unidos.

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