Agricultores familiares expõem necessidades

Das 4,8 bilhões de propriedades rurais brasileiras, 85% são tipificadas como propriedades familiares. Elas respondem por cerca de 80% de tudo que vai para a mesa do brasileiro. E agora se tornaram a vedete do Governo no tentativa de frear a alta no preço dos alimentos.

Para isso o governo irá destinar R$ 13 bilhões no plano de safra para o financiamento do custeio e investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), bem como elevar os preços mínimos de produtos como feijão, milho e arroz. No entanto os agricultores familiares ainda esperam mais que somente recursos.

O escoamento da produção agrícola ainda é uma grande dificuldades para os pequenos agricultores, afirmou o presidente da União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) do Paraná, Ademir Dallazen, que participa em Curitiba do II Congresso da Unicafes.

?Na área de leite, por exemplo, muitas pequenas propriedades estão longe das empresas?, disse, acrescentando que faltam estruturas para a comercialização dos produtos.

Além disso, o setor também carece de maior apoio da assistência técnica e extensão rural. Dallazen disse que a forma encontrada pelo setor para tentar se fortalecer tem sido a organização através de cooperativas.

E esse também é um caminho apontado pelo secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniran Sanches Peraci como um dos mais acertados. ?É um novo caminho no País?, disse. Segundo ele, o atual governo tem dispensado atenção para a agricultura familiar por entender que ela tem fundamental importância no controle da inflação do País.

?Enquanto no Brasil a inflação dos alimentos é de 22% no resto do mundo ela chega a 80%?, falou. Entre as medidas para fortalecer o setor, comentou Peracci, estão o incremento no Pronaf, e a criação de seguro agrícola.

De acordo com dados do governo, a agricultura familiar garante produção de 110,1 milhões de toneladas de alimento. Ela responde por 56% do leite, 67% do feijão, 89% da mandioca, 70% de carne de frango, 49% do milho e 75% da cebola produzidos no País.

Com a medidas adotadas para a próxima safra, a estratégia do governo é garantir um aumento de 18 milhões de toneladas de produção até 2010, principalmente em leite, milho, feijão, arroz, mandioca, trigo, aves, café, frutas, arroz e cebola. 

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