Aeronautas criticam serviços regionais contra acidentes

A presidente do Sindicato dos Aeronautas, Graziella Baggio, criticou com veemência a decisão do Comando da Aeronáutica de criar, "como um passe de mágica", os Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). "No momento em que todos os países estão transferindo para a área civil as investigações dos acidentes aeronáuticos, para agências independentes, a Aeronáutica, assina uma portaria assegurando a reserva de mercado. É um completo retrocesso", desabafou ela.

Graziella não está sozinha na crítica. Entre os próprios brigadeiros, há uma ala que acha que foi "inoportuna" a portaria da Aeronáutica porque este não é o momento de fazer essa alteração, já que toda a estrutura do setor aguarda uma posição do presidente da República sobre as mudanças propostas

A presidente do Sindicato procurou hoje o ministro da Defesa, Waldir Pires, para falar do descontentamento e da sua preocupação com a demora na solução dos problemas do transporte aéreo. Ouviu de Pires que as conclusões do Grupo de Trabalho foram entregues ao Palácio do Planalto e que todos aguardam um posicionamento do presidente da República. Graziella insistiu que seria importante dar alguma satisfação à categoria. Procurados, os controladores juram que não estão se mobilizando. Graziela foi informada por Pires de que, na semana que vem, irá tratar do assunto com o presidente, que está de férias. Pires lembrou que este "é um assunto complexo" e que exige "muita concentração para se tomar uma decisão".

Os Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripas) foram criados para realização da apuração das causas dos acidentes com aviões civis, sob a alegação de que esta é uma atribuição da Força Aérea. As investigações, antes estavam subordinadas aos Serviços Regionais de Aviação Civil (Serac), que pertencia ao antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), que deu lugar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A crítica é que este é o momento de dar lugar aos órgãos de investigação independentes.

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