Aécio diz que Azeredo merecia o mesmo tratamento de Lula

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou hoje (30) o fato de o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios ter proposto o indiciamento do senador tucano Eduardo Azeredo e não ter feito o mesmo em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Aécio, não há "diferença alguma" entre o caixa 2 da campanha à reeleição de Azeredo, em 1998, e o da campanha presidencial de Lula, em 2002. "Se é para aliviar, como aliviaram a situação do presidente Lula, que fizessem em relação ao outro (Azeredo)", disse o governador, para quem os dois casos deveriam ser tratados de forma isonômica.

"Não vejo diferença alguma no que diz respeito ao eventual caixa 2 que houve na campanha do senador Eduardo Azeredo, então candidato a governador em 1998, com um caixa 2 assumido e confessado pelo publicitário Duda Mendonça em relação à campanha presidencial 2002", afirmou, após participar, em Belo Horizonte, de um seminário que antecede a 47ª Reunião Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Ao destacar que o uso de recursos não contabilizados na campanha presidencial petista de 2002 foi admitida publicamente por Duda e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, Aécio reconheceu que Cláudio Mourão – ex-tesoureiro da campanha tucana de 98 – também confessou a prática ilegal. Mas ressaltou que considera que o "eventual crime" cometido durante a tentativa reeleição de Azeredo já prescreveu.

"Não há qualquer distinção entre aquilo que ocorreu em 98 com o que ocorreu em 2002 e a citação deveria ser, e repito, isonômica entre o senador Eduardo Azeredo e o presidente", insistiu.

O argumento de Aécio é o mesmo utilizado pelo senador tucano, que deixou a presidência do PSDB após denúncias de envolvimento com o esquema montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Em nota, Azeredo atribuiu na critérios "claramente políticos" a inclusão de seu nome no relatório e cobrou o indiciamento de Lula pelo mesmo "crime eleitoral".

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