Aécio diz não ter dúvidas de que esta será uma eleição disputada

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à reeleição, disse hoje não ter dúvidas de que, mesmo com a recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto, esta será uma eleição disputada.

Aécio afirmou também que o desconhecimento em relação ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente, em diversas regiões do País pode ser um ponto favorável na campanha.

"Ele (Alckmin) tem um grande nível de desconhecimento em diversas regiões do País e tem a confiança do partido", disse. Definido o candidato tucano, as atenções deverão voltar-se para o Supremo Tribunal Federal (STF), que, na próxima semana, confirmará ou não se a regra da verticalização (pela qual os partidos são obrigados a repetir as mesmas alianças firmadas para a eleição presidencial nos Estados), valerá para a eleição deste ano.

"Nós estamos correndo o risco no Brasil de uma situação inédita numa eleição presidencial, sobretudo se confirma a manutenção da verticalização por parte do Supremo, que é ter uma eleição plebiscitária. Praticamente, de um turno só", avaliou.

Pela análise dele, se for mantida a regra, será difícil que legendas como o PMDB e mesmo outras que buscam cumprir a cláusula de desempenho (que acaba com as siglas pequenas), como PPS, PDT e até PSB, deixem de priorizar o cumprimento deste artigo para lançar candidato ou fazer alguma coligação que iniba as coalizões regionais.

De acordo com Aécio, as perspectivas são de apenas três candidaturas a presidente. "Poderemos ter, de um lado, um candidato do PT, o atual presidente da República, de outro, o candidato do PSDB, com as suas alianças, espero eu com o PFL já no nascedouro, e, eventualmente, a candidatura da senadora Heloisa Helena (presidente nacional e líder do Psol no Senado), que tem outro tipo de pregação."

O governador de Minas comentou ainda as intensas negociações do denominado triunvirato (incluindo, além dele, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), principalmente no momento em que se chegou a um impasse entre Alckmin e Serra.

Aécio revelou que houve um temor sobre qual seria o resultado de uma disputa interna na agremiação pela escolha do melhor candidato. O governador admitiu a insatisfação do prefeito de São Paulo com a escolha do PSDB, mas afirmou que, apesar de ter sido preterido na briga, Serra reafirmou ontem (14) à noite, durante uma conversa por telefone, empenho na campanha do governador de São Paulo.

"Nós temos um objetivo comum, vencer as eleições e substituir o atual governo que está aí. Isso é muito mais forte do que qualquer tipo de rusga que possa ter ficado. Eu vou dizer com muita franqueza, você querer que o prefeito Serra tenha a mesma satisfação que teve o candidato escolhido é falsear a verdade. Obviamente, ele deve estar vivendo um momento de alguma angústia. Mas o seu espírito público, a sua racionalidade, prevalecerão", concluiu.

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