Advogado de Duda Mendonça contesta conclusões de auditores

O advogado do publicitário Duda Mendonça, Tales Castelo Branco, contestou hoje as conclusões dos auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontaram irregularidades nos serviços gráficos contratados pela agências de publicidade que trabalhavam com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República. De acordo com o relatório preliminar do TCU, o preço pago pelo governo federal pelos materiais de promoção do Palácio do Planalto entre 2003 e 2005 superaram em 75% os cobrados no mercado, e alguns impressos nem teriam sido entregues.

"Tudo o que o Duda fez, afora esse pecadilho de ter recebido dinheiro do Marcos Valério no Exterior, foi sempre muito honesto", disse o jurista paulista.

Segundo ele, o ex-marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo vítima de uma "caça às bruxas", que tenta vasculhar sua vida e colocar em suspeita todo trabalho que ele já realizou para o governo. "O mundo da imaginação é ilimitado", diz Castelo Branco, referindo-se à conclusão dos auditores de que haveria um jogo de cartas marcadas entre as agências de publicidade, o governo e as gráficas que imprimiam as revistas semestrais de divulgação do governo Lula.

Na auditoria, o TCU identificou um sobrepreço de até 343 35% entre o preço cobrado pelas gráficas contratadas e o apresentado por outras empresas do mercado. De acordo com o advogado de Duda, as diferenças apontadas se devem ao padrão superior das gráficas e à qualidade do material utilizado, como papel e tinta especial.

"Se o TCU tivesse pedido o preço para outras gráficas do mesmo nível, os valores seriam muito semelhantes aos orçados pelo Duda", afirma Castelo Branco. "Tudo que foi cobrado foi efetivamente realizado. Qualquer suspeita de irregularidade é incompatível com o procedimento de Duda."

A agência de publicidade Matisse Comunicação de Marketing, também responsabilizada pelos auditores, disse em nota à imprensa que "não produziu para a Secom qualquer trabalho com preços incompatíveis com os de mercado". Os dirigentes da agência argumentam que os materiais seguiram as especificações técnicas e os prazos de confecção e entrega indicados pelo cliente.

O relatório preliminar do TCU foi entregue na quinta-feira (20) à Secom para que apresente explicações. O ex-ministro Luiz Gushiken, que era responsável pela secretaria no período das investigações, não foi citado formalmente pelos auditores, mas disse hoje que seus subordinados agiram com "total lisura" e irão esclarecer ao tribunal todos os pontos questionados.

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