Adiada instalação de comissão que vai investigar repasse de verbas a ONGs

Brasília – A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar repasse de verbas federais a organizações não-governamentais, que estava prevista para esta quinta-feira (7), foi adiada, assim como a eleição do presidente e do relator, que seriam realizadas em seguida.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que ainda é necessário buscar entendimento entre parlamentares da base e da oposição para instalação da CPI. Segundo ele, não há intenção do governo em impedir o funcionamento da comissão parlamentar de inquérito.

"Não há intenção do governo de barrar CPI. Parlamentares da base do governo assinaram  CPI. Nós vamos atuar no sentido de colaborar com a CPI. O governo vai prestar todas as informações e vai ajudar, porque o governo também tem interesse de que se criem essas normas importantes para a fiscalização do dinheiro público", afirmou.

Jucá informou que os líderes do Senado devem se reunir até a próxima terça-feira (11) para tratar do assunto.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), que recolheu as assinaturas para criação da CPI,  disse que a investigação ocorrerá nesta ou na próxima legislatura. O senador informou que já tem assinaturas até para abrir no ano que vem. Para ele, seria melhor fazer a investigação antes da posse dos novos parlamentares. ?Acho que o governo não tem que temer e, se tem, é porque quer jogar as coisas para debaixo do tapete?, considerou.

Segundo Heráclito Fortes, a comissão busca aperfeiçoar os sistemas. ?O que nós queremos é evitar o ralo da corrupção, de pessoas que se aproveitam de benefícios que o sistema concede para uso inescrupuloso de verbas federais?, observou. ?Não queremos uma CPI de Confronto. Queremos uma CPI que junte o país?, acrescentou.

A CPI foi criada no Senado para apurar a liberação, pelo governo federal, de recursos públicos para organizações não-governamentais e para organizações da sociedade civil de interesse público, (Oscips). Se instalada neste ano, a CPI terá até o final da legislatura para trabalhar, ou seja, 31 de janeiro.

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