ACM critica veto de Lula a artigos da LDO

A decisão do presidente Lula de vetar vários artigos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2007 foi vista pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) como uma prova de que, este ano, a política econômica do governo irá "de mal a pior". O senador disse que, ao excluir pontos "moralizadores" dos gastos públicos, Lula dá vazão às críticas feitas pelo governador de São Paulo, José Serra, no dia de sua posse, quando, entre outras falhas, concluiu que o governo pratica uma política "hostil à produção e ao crescimento".

"Com esta atitude já no primeiro dia de governo, o presidente demonstra que não mudou para melhor e, sim, para pior o jogo sujo de repassar verbas para amigos e apaniguados", criticou. Para ACM, a iniciativa de Lula revela que os escândalos com o Valerioduto, Mensalão e Sanguessugas não alterou a forma dele agir. "Podem mudar os atores, mas seus valores serão os mesmos", atacou.

O senador disse ter estranhado o silêncio da parte da classe política e empresarial diante dos vetos, mesmo não havendo dúvidas de que o procedimento mostra o interesse do governo de centralizar a distribuição dos recursos do Orçamento. "Tenho a impressão de que o discurso de Serra foi uma profecia", defendeu. Segundo ele, os pontos que o presidente excluiu da LDO eram os que garantiriam sobriedade e correção no trato do dinheiro público. "Lula não cumpriu com nenhum dos compromissos assumidos com os parlamentares", afirmou, após citar o alcance que teriam os artigos vetados. Sobre a exclusão daquele que disciplinaria a distribuição de recursos públicos para organizações-não governamentais, o senador prevê que a intenção do governo é a de "continuar tirando dinheiro para fazer maracutaia".

ACM disse tampouco ter entendido o que levou o presidente a vetar o artigo que previa o cancelamento de emendas parlamentares, quando constatado desvio da finalidade dos recursos. "Ele vetou o dispositivo que restringia o contingenciamento e aí vai fazer o que desejar para quem desejar", criticou. Outro ponto que no entender do senador o veto é inaceitável, foi o que estipula regras para distribuição de verbas para municípios carentes e de fronteira.

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