Acidentes nas estradas custam ao país mais de R$ 22 bilhões por ano

Brasília – Os acidentes nas estradas custam, anualmente, entre R$ 22 bilhões e R$ 23 bilhões para o país, segundo informou o secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente. Entre os custos, estão a perda de carga de caminhões, a perda de equipamentos e o custo com mortos e feridos.

?E é nas rodovias estaduais que está o maior problema?, disse Valente. De acordo com ele, só nas estradas de São Paulo, estado com as melhores rodovias do país, esse custo com acidentes chega a R$ 3,3 bilhões por ano, o maior índice do Brasil.

Para discutir os problemas nas estradas brasileiras e debater formas de reduzir o número de acidentes, o Ministério dos Transportes realiza durante todo o dia de hoje (13), em Brasília, o 1º Seminário sobre Segurança nas Rodovias.

José Valente lembrou que todos os anos morrem dez mil pessoas apenas nas rodovias federais. ?É uma verdadeira tragédia anunciada, porque todo ano se sabe que vai dar esse número. Os governos fazem alguma coisa, mas a nossa avaliação é que tudo que a gente fez até agora ainda é insuficiente. O objetivo do seminário é tentar passar para um patamar maior de eficácia o combate aos acidentes, garantir que as condições de segurança sejam muito maiores do que são hoje?, disse.

Segundo Valente, o seminário deve dar elementos para a criação de uma Política Nacional de Segurança de Trânsito que vai atuar, basicamente, em três áreas: educação, melhorias operacionais e repressão e controle. Serão elaboradas ações que vão desde a inserção de noções de trânsito no ensino fundamental, para formar o futuro condutor, e o aumento do rigor nas auto-escolas até a melhoria da sinalização nas rodovias.

Um aspecto importante que fará parte da Política Nacional de Segurança de Trânsito será a formação dos motoristas de caminhão, inclusive com o combate ao alcoolismo e ao excesso de peso nas carrocerias. Valente informou que haverá uma proposta para aquisição de simuladores de trânsito, ?para que eles possam garantir a formação permanente de caminhoneiros e de empresas de transporte?.

Valente apontou como maior causa de acidentes com caminhões nas estradas o excesso de peso nas carrocerias e o excesso de tempo de direção. ?A cada duas horas dirigidas, é preciso fazer uma pausa de 30 minutos?, explicou. No caso de acidentes, de modo geral, as principais causas são a imprudência, o excesso de tempo no volante e de velocidade.

Entretanto, ressaltou o presidente do Fórum de Secretários Estaduais de Transportes, Rogério Tizzot, os motoristas não podem ser totalmente responsabilizados pelos acidentes. Segundo ele, o principal problema é a falta manutenção nas estradas. ?É claro que os motoristas brasileiros ainda não estão devidamente condicionados a respeitar a sinalização existente, mas não podemos também deixar de constatar a realidade de que nossas estradas não estão boas e precisam de recuperação, de investimentos?, disse.

?Um motorista que dirige numa estrada em ótimas condições tem muito mais capacidade de evitar acidentes – e o motorista que dirige numa rodovia esburacada, com falta de sinalização, já está sob uma tensão adicional. Essa viagem para ele é muito mais pesada, e nós entendemos que isso contribui, e muito para o número de acidentes que acontecem?, afirmou.

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