Abrigo antibomba no norte de Israel tem banheiro, TV e ar condicionado

Pablo Yahuda, o jogador de vôlei brasileiro que mora perto da fronteira com o Líbano e não pensa em sair de Israel apesar da escalada de violência na região, não se importa em ter de correr para dentro de um abrigo antibomba várias vezes por dia. No kibutz (comunidade) onde ele vive, os abrigos são considerados cinco estrelas.

"Aqui no kibutz, os abrigos são equipados. Têm banheiro, TV, alguns têm até ar condicionado?, conta Yahuda, que faz uma ressalva: os da cidade são mais simples. Segundo ele, existe um abrigo em cada esquina do kibutz, até porque é necessário entrar nele rapidamente para estar seguro. ?Depois que toca a sirene, a gente tem 30 segundos para chegar?.

É o tempo estimado até que a bomba caia, em função da distância desde a fronteira. O alarme, explica o brasileiro, é soado pelos militares no momento em que o míssil entra em território israelense. As pessoas que vivem em Haifa, por exemplo, que é a terceira maior cidade do país e fica um pouco mais ao sul, têm 45 segundos.

Quando a sirene toca, os habitantes não têm idéia de que local será bombardeado, por isso, por via das dúvidas, correm para o abrigo. ?São pelo menos oito vezes por dia. Mas domingo (6) foi brabo, era toda hora. Foram umas 15 vezes?. Foi o dia da ofensiva mais intensa do Hizbollah, que teria matado 15 pessoas.

Yahuda estima em cerca de meia hora o tempo máximo de permanência num abrigo. Mesmo assim, alguns resolvem sair antes da hora. Ele conta que num outro kibutz, mais perto da fronteira que o seu, um morador deixou o abrigo para pegar comida no quarto, que ficava bem perto, coisa de dez metros. Bem naquela hora uma bomba caiu e ele morreu na hora.

O nome e o telefone de Yahuda constam de uma lista de contatos de brasileiros distribuída pelo governo de Israel, que também tem enviado para a imprensa fotografias e vídeos com o intuito de mostrar que o Hizbollah se mistura aos civis para perpetrar seus ataques e ter motivo para incriminar Israel pela morte de inocentes.

Apesar disso, o brasileiro considera que quem faz guerra de mídia é o Hizbollah. "Israel não faz isso". Ele aponta uma diferença: "Israel deixa a mídia entrar. Eu estava vendo na CNN a dificuldade que os repórteres têm para entrar no Líbano".

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