Abre o olho, Okamotto!

Os amigos mais chegados de Paulo Okamotto, superintendente do Sebrae, estão encarregados de adverti-lo da necessidade de ir preparando o lombo para a eventualidade de tornar-se o bode expiatório escolhido pela arrevesada visão estratégica do Palácio do Planalto.

Ocorre que em período bastante longo e ainda não distante, Okamotto agiu como uma espécie de ?mordomo? do companheiro Lula, cuidando das finanças pessoais da família do ex-metalúrgico. Coisas como o pagamento dos impostos, contas de água, luz e telefone, carnês e cartões de crédito.

Foi essa condição de servidor desinteressado que, ao chegar à Presidência da República, Lula compensou brindando o amigo com a cobiçada superintendência do Sebrae, cargo remunerado com um salário em torno de R$ 20 mil, que o próprio Okamotto reconhece estar muitas vezes acima da média brasileira.

Pois bem. No terreno minado do mensalão e do caixa dois despontou também a figura do ?mordomo? Okamotto, como autor do pagamento em dinheiro vivo duma despesa em aberto em nome de Luiz Inácio Lula da Silva, na tesouraria do PT. No primeiro comparecimento à CPI dos Bingos, o auxiliar confirmou o pagamento com recursos do próprio bolso, alegando sua admiração pelo presidente.

Agora, porém, desmentiu a versão inicial e negou ser responsável pelas finanças pessoais de quem quer que seja em qualquer tempo.

Como o País está mergulhado num clima de farsa, em que as culpas estão sendo atribuídas aos mais humildes, não é demais lembrar a marotíssima conclusão que o culpado é sempre o mordomo. Abre o olho, Okamotto!

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