A expansão do crédito

O volume de dinheiro emprestado pelo sistema bancário a empresas e pessoas físicas teve no mês de agosto uma expansão de 2,9%, chegando a R$ 841,5 bilhões. Esse total significa uma participação de 33,1% do crédito no Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais expressivo desde janeiro de 1995, quando atingiu a marca de 36,8%. De acordo com os dados do Banco Central, nos últimos 12 meses, o montante do crédito cresceu na proporção de 24,8%.

A relevância dos números apresentados torna plenamente compreensível o fato de o governo federal incluir a expansão do crédito, especialmente os empréstimos consignados a servidores públicos, aposentados e pensionistas, como um dos sucessos administrativos mais notáveis.

Sem entrar no mérito da questão, tendo em vista a crítica negativa que alguns setores fazem ao crédito consignado, deve-se reconhecer que, em épocas próximas a esta parte, cidadãos de baixa renda e mesmo micros, pequenos e médios empresários tinham indizível dificuldade para obter financiamento bancário em condições favoráveis à aquisição ou reforma da casa própria, veículos, bens de consumo duráveis ou para a ampliação das atividades.

Desde a implantação do programa do crédito consignado, mediante o qual os empréstimos são calculados com base na renda mensal do interessado e sua capacidade de endividamento, sendo as prestações mensais abatidas no contracheque, eliminando a possibilidade de inadimplência, um volume crescente de recursos acabou sendo injetado na economia. O Banco Central só fez exibir essa constatação.

As pessoas físicas tomadoras de empréstimos consignados, preferencialmente, usam o dinheiro para a aquisição de automóveis por meio de operações de leasing, que aumentaram quase 80% entre julho de 2006 e agosto passado. Em segundo lugar se destacou o crédito para compra ou reforma de imóveis.

Para os economistas do BC, há também na expansão do crédito sinais visíveis do aumento da renda e da elevação dos níveis de consumo familiar. A explicação mais lógica é que o valor das prestações é absorvido sem maiores choques pelo orçamento doméstico. O aumento do prazo médio dos empréstimos concedidos pelos bancos também foi considerado como um facilitador da expansão do crédito. No mês de agosto o prazo médio dessa modalidade de financiamento era de 414 dias, um recorde na avaliação dos técnicos.

A taxa média dos juros para pessoas físicas foi de 46,6% ao ano e 23,1% para as pessoas jurídicas, sendo a média de ambos os segmentos 35,2% anuais.

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