26 de outubro de 1954, nasce a Copel

Através do Decreto Estadual n.º 4.947 de 26 de outubro de 1954, assinado por Bento Munhoz da Rocha Netto, o Governo Estadual criou a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), que desde agosto de 1979 passou a se chamar apenas Companhia Paranaense de Energia, tendo como base principal para a integralização de seu capital o Fundo Estadual de Eletrificação.

A autorização para seu funcionamento como concessionária dos serviços de energia elétrica foi dada pelo Decreto Federal n.º 27.399, de 27 de maio de 1955.

Pelo Decreto Estadual n.º 1.412, de 1956, a Copel passou a centralizar todas as ações governamentais de planejamento, construção e exploração dos sistemas de produção, transmissão, transformação, distribuição e comércio de energia elétrica e serviços correlatos, tendo incorporado todos os bens, serviços e obras em poder de diversos órgãos. Coube-lhe, então, a responsabilidade pela construção dos grandes sistemas de integração energética e dos empreendimentos hidrelétricos previstos no Plano de Eletrificação do Paraná.

Encontrar uma solução definitiva para o abastecimento de energia elétrica em larga escala constituiu-se no maior desafio para a Copel durante a década de 1960. A entrada em operação em 1963 da Usina Termelétrica de Figueira (20 MW), no Norte Pioneiro, foi de fundamental importância para a implantação do Plano Estadual de Eletrificação, viabilizando os sistemas de interligação que beneficiaram as regiões Norte e Centro. Em 1967, a Copel inaugurava a Usina de Salto Grande do Iguaçu (15,6 MW), que veio atender ao Sul do Estado. Em 1970, entrava em operação a Usina Julio de Mesquita Filho (Foz do Chopim), com 44 MW, redenção energética do Sudoeste e Oeste. E em 1971 era inaugurada a Usina Capivari-Cachoeira (oficialmente Governador Parigot de Souza), na época a maior central geradora do Sul do Brasil (250 MW), passo definitivo na constituição de uma infra-estrutura energética capaz de suportar e acelerar o desenvolvimento paranaense. No momento da sua inauguração, Capivari-Cachoeira era a maior usina em funcionamento no sul do Brasil e triplicava a capacidade própria de geração da Copel.

Foz do Areia

Em 1980 foi inaugurada a Hidrelétrica Foz do Areia (oficialmente Governador Bento Munhoz da Rocha Netto), com 1.676 MW, equipada com unidades geradoras que eram então as maiores existentes no Brasil. Com a conclusão de Foz do Areia, a geração própria da Copel atingiu 2,9 bilhões de kWh contra 1,9 bilhão do ano anterior.

Neste período, houve no Estado um intenso crescimento do mercado de energia, fruto de programas massivos do governo estadual para a expansão da eletrificação rural e ligações de caráter social para inclusão das populações carentes. Isso exigiu esforços cada vez maiores para reforçar os sistemas elétricos. Foram elaborados novos projetos, destacando-se o início do empreendimento da Usina de Segredo e a obtenção da concessão para construir a Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, empreendimentos consolidados na década de 90.

Segredo

Inaugurada em 29 de setembro de 1992 com potência de 1.260 MW, a Usina de Segredo (oficialmente Governador Ney Braga) reduziu a dependência paranaense de energia comprada de outros estados. Em fevereiro de 1999 entrou em operação a Usina de Salto Caxias (oficialmente Governador José Richa), com 1.240 MW, materializando novo avanço na geração de energia com conseqüências positivas no desenvolvimento do Paraná.

Hoje, as usinas, linhas de transmissão e de distribuição da Copel irradiam luz e oferecem conforto e paz social para todo o Paraná e estados vizinhos. Este cenário de progresso vem sendo conquistado ao longo de 5 décadas, com base no potencial hidráulico, no domínio tecnológico e, principalmente, no espírito empreendedor e na capacidade criativa dos seus quadros técnicos e profissionais.

Processo de crescimento e diversificação

Nos anos 50, aumentar a oferta de energia elétrica era exigência inadiável para sustentar um processo de crescimento e diversificação da economia e promover o bem estar da população.

O poder público passou a investir com mais determinação e seu esforço culminou com a criação da Copel, em 1954, para preencher as lacunas energéticas do Estado. A empresa passou a planejar, estruturar e executar projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, com o propósito de viabilizar o ingresso do Paraná na era da modernidade. Ao criar a Copel, o governo do Estado assumiu claramente a posição de executor da política de eletrificação.

Em 1956, passam para a administração da Empresa os serviços de luz e força de Maringá, Apucarana, Pirapó, Cambira e Campo Mourão, antes administrados pelo governo estadual que atuava no setor por intermédio do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

Na década de 60 foram construídas as usinas de Melissa, Ocoí, Chopim 1, Mourão 1, Salto Grande do lguaçu e Figueira, além de um sistema elétrico que interligava as usinas geradoras com as diferentes regiões do Estado. Dessa época data também a conclusão do denominado Sistema Tronco Principal, que interligou o sistema elétrico estadual de São Paulo ao norte do Paraná e à Usina de Figueira, e esta a Ponta Grossa e Curitiba.

Problema

O problema da exígua oferta de energia ao consumo em Curitiba, no entanto, precisava ainda ser equacionado. Os racionamentos eram constantes e o número de consumidores crescia assustadoramente em todas as categorias: entre 1960 e 1970, os consumidores residenciais passaram de 17.055 para 126.528; o número de ligações industriais saltou de 96 para 1.833 e as localidades atendidas cresceram de 14 para 245.

Esses desafios foram enfrentados com pesados investimentos na construção de grandes centrais elétricas, tanto na Serra do Mar como no Rio lguaçu.

No início da década de 70 já estavam concluídas as Usinas de Salto Grande do Iguaçu, Julio de Mesquita Filho e Capivari-Cachoeira, obra que representou um passo fundamental na constituição da infra-estrutura indispensável para acelerar o desenvolvimento paranaense.

Nesse período a Copel incorporou 23 empresas privadas, 47 órgãos municipais fornecedores de energia e 123 empresas auto-produtoras. Incluindo a Companhia Força e Luz do Paraná, concessionária dos serviços elétricos em Curitiba e Região Metropolitana.

Ao mesmo tempo, consolidava-se a implantação do sistema elétrico estadual e a interligação deste com as regiões Sul e Sudeste do país, além de uma conexão com o sistema elétrico do Paraguai.

Grandes projetos

As Usinas de Salto Osório (construída pela Copel por delegação da Eletrosul) e Foz do Areia foram, nos anos 70, os dois maiores projetos da Companhia: este último, concretizado em 12 de dezembro de 1980. A inauguração da Hidrelétrica de Foz do Areia marcou a entrada em operação da maior usina do rio Iguaçu, equipada com unidades geradoras que eram então as maiores do Brasil (4 x 419 MW). Com a produção de Foz do Areia, a geração própria da Copel saltou de 1,9 bilhão de kWh em 1979 para 2,9 bilhões de kWh em 1980.

Durante os anos que se seguiram, as atenções estiveram voltadas para a extensão dos benefícios da energia elétrica às áreas rurais (o número de propriedades atendidas quadruplicou na década de 80) e da população de baixa renda, através de programas massivos fortemente subsidiados.

A Copel, no entanto, não descuidou dos novos projetos de geração e já iniciava estudos visando ao empreendimento da Usina de Segredo (1.260 MW, inaugurada em setembro de 1992) e sua complementação com a Derivação do Rio Jordão (concluída em 1996) e assegurava a outorga da concessão para construir a Usina Hidrelétrica de Salto Caxias (1.240 MW, inaugurada em março de 1999).

Hoje, em termos percentuais, a Copel responde sozinha por algo como 7% de toda a eletricidade gerada no Brasil.

Capital aberto

A Companhia Paranaense de Energia, maior empresa do Estado, abriu seu capital e estreou no mercado de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 12 de abril de 1994. Em 30 de julho de 1997, tornou-se a primeira empresa do setor elétrico brasileiro listada na Bolsa de Valores de Nova York. Sua marca também está presente, desde 19 de junho de 2002, na Comunidade Econômica Européia com seu ingresso na Latibex, o braço latinoamericano da Bolsa de Valores de Madri. Sua missão, viabilizar o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Paraná mediante a instalação e operação de um abrangente e eficaz sistema de produção, transporte e distribuição de energia elétrica, e de moderno e poderoso link de fibras ópticas em telecomunicações.

A Companhia atende diretamente a 3.147.071 unidades consumidoras (31.08.04) em 393 municípios e 1.112 localidades (distritos, vilas e povoados). Nesse universo incluem-se 2.468 mil lares, 49.779 indústrias, 263 mil estabelecimentos comerciais e 325 mil propriedades rurais. O quadro de pessoal é integrado por 6.695 empregados.












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