Wilson Bueno é finalista do prêmio Portugal Telecom

O maior prêmio de literatura do Brasil, o Portugal Telecom de Literatura Brasileira, que anuncia dia 20 de novembro os vencedores das três melhores obras publicadas em 2005, já tem seus dez finalistas definidos. Presente em listas de finalistas de outros concursos importantes de literatura, como o 4.º Prêmio Zaffari & Bourbon de Literatura (2005), o paranaense Wilson Bueno não ficou de fora.

Ele concorre com o politicamente incorreto Cachorros do céu. O júri nacional do prêmio também escolheu Antônio Carlos Secchin, Cristóvão Tezza, Luiz Costa Lima, Luzilá Gonçalves e Marcus Accioly como os cinco nomes que integrarão o júri final.

Os escritores participantes concorrem com romances, contos, crônicas, poesia e peças de teatro. Os autores que chegaram até esta fase já começam a sentir um frio na barriga e a ansiedade aumenta com a proximidade da premiação. O Portugal Telecom oferece R$ 150 mil em prêmios. O primeiro lugar recebe R$ 100 mil. O segundo R$ 35 mil e o terceiro R$ 15 mil. Na última edição os sortudos (sem desmerecer o talento) foram Amílcar Bettega Barbosa, com Os lados do círculo, Silviano Santiago, com o romance O falso mentiroso, e Edgard Telles Ribeiro, com Histórias mirabolantes de amores clandestinos.

?As obras que estão concorrendo têm uma qualidade altíssima e só de estar entre esses nomes já é um motivo de honra?, afirma Wilson Bueno. O autor lembrou que em 2003 o júri concedeu o primeiro lugar a dois autores: Dalton Trevisan com Pico na veia e Bernardo Carvalho com Nove noites. Os outros nove concorrentes deste ano são: O antinarciso, de Mário Sabino, Cinzas do Norte, de Miltom Hatoum, Duas praças, de Ricardo Lísias, A história dos ossos, de Alberto Martins, Margem de manobra, de Cláudia Roquette Pinto, O mundo inimigo, de Luiz Ruffato, Parte alguma, de Nelson Ascher, Quase uma arte, de Paula Glenadel, e A vida agarrada, de Claudia Ahimsa.

Segundo Bueno, novos autores estão surgindo com personalidade e isso cria uma efervescência na produção literária, tal como ocorreu nos anos 60s e 70s. ?Anos loucos onde grandes nomes surgiram e conviveram em um Rio de Janeiro agitado?, diz. O autor esteve recentemente na Flip 2006, em Paraty (RJ), e junto com Ignácio de Loyola Brandão e Miguel Sanches Neto participou de uma das mesas mais comentadas da Feira Literária. Mediada por Beatriz Resende, a mesa recebeu da crítica comentários positivos com ?momentos de humor inteligente?, especialmente com a sátira a Machado e ao século XIX feita por Bueno.

Cachorros do céu

Com um texto refinado, a obra é um fabulário em que cada fábula sofre uma metamorfose entre a vida vista pelo seu lado óbvio e o óbvio visto com zombaria. Como o crítico Ivo Barroso escreve no texto de orelha: ?Um fabulário no mau sentido da palavra, pois, nele, longe de os textos se revelarem morais, são escárneos desmoralizantes em si mesmos e desmoralizantes das intenções construtivas das fábulas convencionais?. Um prato cheio de passagens sutis e divertidas. Longe de ser um livro pesado, a cada duas ou três folhas, uma página recebe as ilustrações de Ulysses Bôscoli.

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