Veterana em comerciais, atriz passa a apresentar programa infantil

Quando soube que tinha sido escolhida como a mais nova apresentadora da TV Globinho, a atriz Thiara Palmieri tratou logo de fazer uma festa. Afinal, ela tinha sido selecionada entre cem meninas para substituir Maytê Piragibe nas manhãs de segunda da Globo e queria contar a novidade aos amigos. Os colegas de turma da Faculdade São Judas, onde ela cursa o terceiro ano de Jornalismo, decidiram presenteá-la com uma “discretíssima” mala cor-de-rosa da Barbie. Apesar de inusitado, o presente tem razão de ser. “Eles disseram que voltei a ser criança”, explica, encabulada.

E os amigos de Thiara não estão completamente enganados. Por conta de seu novo trabalho, a atriz, de 21 anos, voltou a assistir desenhos. Embora garanta que goste de “animes”, como Yu-Gi-Oh e Dragon Ball Z, cita Pica-Pau e Ursinhos Carinhosos como os favoritos. “Sinceramente, prefiro os da minha época…”, brinca.

Até estrear na TV Globinho, a bela paulista de Osasco só havia aparecido antes no horário do intervalo. Thiara calcula que, desde os seis anos, quando fez o seu primeiro comercial para uma marca de bombons, já tenha feito uns 150 anúncios. Os mais famosos são os das Batatas Ruffles, da Elma Chips. Num deles, a atriz caminha ao lado de uma amiga enquanto critica os rapazes que não demonstram a menor criatividade na hora de dar cantadas. Até que aparece um boa-pinta qualquer que arrisca a manjadíssima “Eu não sabia que boneca andava…”. Na mesma hora, as duas soltam um longo e apaixonado suspiro: “Ai, que fofo!”. “Eu queria aproveitar e fazer um apelo porque estou sem namorado no momento. Estou à procura de um carioca porque os paulistas não me dão bola”, queixa-se, brincalhona.

Risos

Bem-humorada, Thiara Palmieri ri e faz rir até quando o assunto é trabalho. Ela lembra quando estava gravando um anúncio da Ruffles num cenário paradisíaco e teve de manobrar um jipe em direção ao mar. Com um falatório danado dentro do carro, ela quase não ouvia as orientações do diretor que, ao megafone, parecia gritar: “Vai para a água! Vai para a água!”. “Achei estranho, porque estava com uma câmara de US$ 100 mil acoplada ao jipe, mas fui assim mesmo. Ele devia saber o que estava fazendo…”, pensou. Quando estava a poucos metros do mar, escutou um grito desesperado: “Sai da água! Sai da água!”. “O pessoal no jipe fazia tanta algazarra que eu entendi tudo errado. Já imaginou eu estragar aquela câmara? Não quero nem pensar…”, sorri, aflita.

Mas, se Thiara Palmieri não estreou antes na tevê, pondera ela, não foi por falta de convites. O último deles, aliás, foi para participar da malograda Metamorphoses, da Record. “Fazer parte do time da Globo é como entrar para a seleção brasileira”, compara. A própria Globo, inclusive, já cortejou a moça para protagonizar uma de suas minisséries. Há três anos, o produtor de elenco da emissora, Luiz Antônio Rocha, convidou Thiara para fazer testes para Presença de Anita, de Manoel Carlos. A moça até gostou da idéia, mas logo voltou atrás ao ler algumas linhas da minissérie. “Fiquei chocada com o pouco que li. Aquela personagem estava acima das minhas possibilidades”, crê. Mesmo assim, Thiara fez três testes. Dois deles com Leonardo Miggiorin, que fez o Zezinho na minissérie. “O Ricardo disse que amou o meu teste, mas eu não estava preparada. Além disso, a Mel mandou muito bem. O papel foi entregue para a pessoa certa”, elogia.

Só de passagem

Em sua estréia na tevê, a atriz Thiara Palmieri ressalta que não é apresentadora, está apresentadora. Por isso mesmo, avisa que, assim que puder, pretende seguir o mesmo caminho de outras apresentadoras da TV Globinho, como Stephany Brito e Maytê Piragibe, que trocaram o programa por novelas. “Vou fazer o meu melhor e ficar lá o tempo que for preciso. Mas, quando surgirem oportunidades bacanas como atriz, estou dentro”, sublinha. Enquanto não estréia como atriz na tevê, Thiara atua no teatro. Na peça Cordão Umbilical, a primeira escrita por Mário Prata, em 1968, ela interpreta Gladys Regina, uma atriz em início de carreira… “Ela tenta, tenta, tenta, mas nada dá certo para ela. Coitada! É uma frustrada…”, define, antes de começar a rir de novo.

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