Uma viagem fantástica em A Invenção de Hugo Cabret

A Invenção de Hugo Cabret, indicado em 11 categorias para o Oscar, mostra um Martin Scorsese aberto a novidades, aos 69 anos de idade. Mas esse filme é também como que a consequência lógica do desenvolvimento de toda a sua carreira.

Em termos de novos desafios, este é seu primeiro filme que poderíamos definir como dedicado ao público infanto-juvenil, e também o primeiro em que utiliza a técnica de 3D. Por outro lado, é como se fosse a consequência inevitável de uma vida dedicada ao cinema, à sua história, à preservação de obras ameaçadas, ao culto aos pioneiros.

A Invenção de Hugo Cabret, baseada no livro homônimo de Brian Selznick (edição brasileira da SM, 2007), é como um presente oferecido a Scorsese, tantas são as conexões do material literário com a própria experiência de vida e de cinema do diretor.

A esta altura, acho que a maioria das pessoas já conhece os traços gerais da trama, sem mencionar detalhes capazes de estragar o prazer de quem for ver o filme pela primeira vez. Mas, enfim, vamos lá. O garoto que dá título à obra (interpretado por Asa Butterfield) perde o pai e passa a ajudar o tio alcoólatra na manutenção dos relógios de uma estação de trens em Paris. O pai (Jude Law) lhe deixou um autômato avariado que, ao que parece, é capaz de escrever. O desafio de Hugo é consertar o tal robô e receber a mensagem. Para isso, Hugo, que é muito engenhoso e bem dotado para as coisas mecânicas, “pede emprestadas” algumas peças de um velhinho, dono de uma loja de brinquedos (Ben Kingsley).

Pronto. O resto é com você, espectador. Prepare-se para ser levado a um mundo fantástico em que mecanismos sofisticados da relojoaria rivalizam, em complexidade, com os sentimentos humanos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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