Tribuna na TV faz raio-x das estradas

É inegável a melhora das condições desde a privatização, feita em 1997. Mas a qualidade das estradas e do atendimento ao usuário tem altos e baixos, sendo boa em alguns, mas também péssima em outros trechos.

Esta semana o programa Tribuna na TV, da TV Iguaçu, começou a apresentar uma série de reportagens sobre as rodovias paranaenses. A repórter Renata Bonacin e o repórter cinematográfico Irany Carlos Magno percorreram três mil quilômetros em sete dias e fizeram um verdadeiro raio-x das rodovias paranaenses.

A primeira parte da vistoria, apresentada ontem, contou como estão os trechos de Curitiba-Jaguariaíva-Apucarana, de responsabilidade da Rodonorte. Saindo do Parque Barigüi, em Curitiba, pela BR-277, a reportagem encontrou pista dupla até Piraí do Sul. Até Ponta Grossa a rodovia também está sem remendos, buracos e as ondulações, problemas costumeiros antes da privatização. Antes de chegar a Castro, a situação piora. O asfalto apresenta vários defeitos, apesar da pista dupla. Mas os motoristas, porém, não reclamam muito desse trecho. Os caminhoneiros Claudecir Comin e Carlos Mariano dos Santos elogiaram a privatização, principalmente pela assistência 24 horas e pelo atendimento médico. Um vez por semana a concessionária disponibiliza em algum posto de combustível da região o Programa de Atendimento ao Cliente, onde o usuário pode obter tratamentos médico e odontológico, assim como cortar o cabelo, por exemplo. No outro trecho administrado pela concessionária, a situação encontrada foi pior. Entre Ponta Grossa e Apucarana, pela BR-376, a reportagem enfrentou pista simples e quase sem acostamento. Nos lugares onde ele existe, foi invadido pelo mato. Num dos pontos da rodovia, a margem deslizou, formando uma grande cratera, que põe os motoristas em risco. Segundo a reportagem, a sinalização no local é insuficiente. Os repórteres encontraram um carro, e posteriormente, um caminhão tombados. O atendimento da concessionária, entretanto, não foi tão eficiente como no outro trecho: “É péssimo. Faz três dias que o caminhão está ali tombado e ninguém o retirou. E isso não é exceção”, contou o caminhoneiro Josimar Raifin, amigo do dono do caminhão tombado. Segundo a Rodonorte, o principal benefício que a concessão trouxe à rodovia foi a melhora da Serra do Cadeado.

O anel

Em 1997, após licitação internacional, 2,5 mil quilômetros de rodovias foram transferidas para a administração privada. Essas estradas foram divididas em seis trechos num grande anel, batizado Anel de Integração. Foram criadas 27 praças de pedágio. A contrapartida das concessionárias seria a realização de obras. Conforme a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovia (ABCR), desde 1997, foram feitos 183 quilômetros de duplicação, 1,4 mil de restauração, 150 de terceiras faixas, 1,8 mil de acostamento, 20 mil metros quadrados de pontes e viadutos e 36 passarelas. Já no primeiro ano da concessão, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o número de acidentes caiu 10% e o de mortes, quase 15%. Hoje, o Tribuna na TV mostra a partir das 12h30 os trechos administrados pela Econorte e pela Viapar.

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