A formação de um casal gay está agitando a novela das 19h da Globo. Em “Sangue Bom”, o personagem Filipinho, vivido pelo ator Josafá Filho, está se assumindo homossexual. Tudo isso acontece com o apoio do Peixinho (Júlio Oliveira), que também é gay, e que vai ajudá-lo a encarar o preconceito, inclusive, dentro de casa.
Os dois atores envolvidos na trama acreditam que esta é uma oportunidade de abordar o assunto com o público. “Fazer um gay em rede nacional tem uma função social”, afirmou Júlio ao colunista Leo Dias. Para Josafá, o preconceito ainda existe, mesmo que na novela o assunto ainda seja tratado de forma amena. “Todo mundo gosta do Filipinho. E quando você descobre que uma pessoa próxima a você, amiga, parceira, é gay, você vai gostar menos dela? A novela traz isso. Ela aproximou um garoto simples, de bairro, que a gente se compadece do sofrimento dele, do sonho que ele tem, e logo depois vem o fato de que ele é gay! E isso pode ser encarado de uma forma simples. O preconceito ainda reina, mas é muito bacana essa simplicidade”, avalia. Após a revelação, Filipinho, que trabalha em um seriado, passa a ser hostilizado pelo público e perde o emprego. Depois disso, o rapaz decide morar em Nova York para ser ator de musical, seu grande sonho.
Júlio conta ainda que está sentindo nas ruas o retorno do público sobre o momento dos dois personagens. Muitos torcem para que o casal fique junto e outros até se identificam com a situação, como a reação da mãe de Filipinho, vivida por Malu Mader, que ainda não aceitou a homossexualidade do filho. “O papel do ator vai muito além do entretenimento, temos uma função social. Acho que falar sobre homossexualidade numa novela das sete e ter a oportunidade defender esses personagens é um modo de contribuir com toda essa modificação que está acontecendo no nosso país”, complementa Júlio.