Nunca fui muito simpático aos Titãs. Sei que o grupo faz grande sucesso, tem mais de 20 anos de estrada e já conquistou alguns discos de ouro em sua carreira, mas nem por isso a banda capitaneada por Paulo Miklos conseguiu despertar minha atenção. É fato que eles já gravaram álbuns artisticamente interessantes e contestadores, como Cabeça Dinossauro, mas também não dá para negar que os Titãs gravaram discos totalmente comercias e descartáveis, como o Acústico MTV (fãs die hard me perdoem, mas esse é o famoso e dispensável cd caça-níqueis). Por ter esses altos e baixos, sempre mantive os dois pés atrás em relação a esses senhores.
Entretanto, sempre ouvi falar que o show dos Titãs é carregado de uma energia excepcional, criando uma sinergia e uma interação entre banda e público que poucas bandas conseguem fazer. Para tirar a prova dos nove, dirigi-me ontem para a casa Curitiba Master Hall para ver de perto se o grupo é tudo isso o que falam, que veio à nossa cidade para divulgar seu mais novo álbum, Titãs – MTV ao Vivo.
Felizmente, pude constatar que o que fora dito sobre eles é verdade. Embora estejam longe de serem garotos, os integrantes dos Titãs, Paulo Miklos, Branco Melo, Sérgio Brito, Tony Belloto e Charles Gavin, parecem ter aquele gás dos anos 80 ainda intacto e agitaram bastante o público curitibano, que compareceu em um bom número, ainda que a casa não tenha ficado lotada (provavelmente por causa do show do Pearl Jam, na Pedreira Paulo Leminski, ocorrido alguns dias antes em que o ingresso custou a bagatela de R$ 150,00).
Para começar o show com alto teor de octanagem, a banda abre o show com o hit A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, seguido de sucessos antigos como AA UU e Domingo. Nessa altura do campeonato, os Titãs já tem o público em suas mãos e a empolgação era tão contagiante que, em alguns momentos, eu me via cantarolando algumas de suas músicas (coisa que jamais pensei que faria).
A banda não parava um minuto e continuava a desfilar seus sucessos para a galera paranaense, que retribuia a animação do grupo agitando muito. Seguem vários sucessos da banda, como Polícia, Cabeça Dinossauro, Bichos Escrotos, Nem Sempre Se Pode Ser Deus, Vossa Excelência (aquela música de que cujo refrão não poderei reproduzi nesse espaço por se tratar de um site de família hehehehe), entre outras. Teve ainda um inusitado momento ?toca Raul?, com Aluga-se (do álbum As Dez Mais, de 1999).
O grupo fecha a primeira parte do show com a onipresente Sonífera Ilha e voltaria para o bis com mais alguns de seus maiores hits, como Go Back e Marvin (com Branco Melo cantando no lugar do ex-baixista/vocalista da banda, Nando Reis), finalizando com Epitáfio e Diversão.
Fim de show, todos os fãs vão para casa felizes da vida. E quanto a mim? Bem, é cedo para falar que virei fã desses caras. Mas, ao menos, a minha antipatia e resistência inicial foram vencidas e os Titãs ganharam o meu respeito. Quem sabe eu não vire um fã no futuro?