Sapatilhas para voar

Retorna ao palco, comemorando vinte anos e com a presença do compositor Edu Lobo na platéia, O Grande Circo Místico, com uma montagem menos acadêmica, aliando dança tradicional a um estilo acrobático que faz o espetáculo acontecer em dois níveis – no solo e no ar.

A primeira montagem foi assinada por Carlos Trincheiras, um de seus legados para a companhia que dirigiu até sua morte. A nova direção artística e coreográfica fica a cargo do coreógrafo Luís Arrieta. Coube ao carioca Dani Lima trabalhar o elenco nos trapézios. E o ator curitibano Mauro Zanatta atuou como consultor de clowns.

Edu Lobo fez oito novas canções instrumentais, adicionadas à já consagrada trilha, que reúne títulos como Beatriz e Sobre Todas as Coisas e uma constelação de astros do calibre de Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Zizi Possi, Simone e Jane Duboc. “A inclusão de novos instrumentos deu outra sonoridade ao espetáculo”, afirma o compositor, que em 1982 trabalhou as músicas com Chico Buarque.

Criado originalmente para o Balé Teatro Guaíra em 1982, O Grande Circo Místico encantou o País e sua primeira temporada foi apresentada em turnê nacional durante quase dois anos. Após seu lançamento, foi visto por mais de 200 mil pessoas em quase duas centenas de apresentações, lotando espaços como o Maracanãzinho, no Rio, e chegando depois a Portugal.

Quando O Grande Circo Místico estreou, em 1983, sob a direção de Emílio de Biasi e com coreografia de Carlos Trincheiras, era não só a projeção da companhia como uma das melhores do Brasil, mas a consagração de uma das mais completas obras já criadas no País, uma rara reunião de balé, ópera, circo, teatro, música e poesia.

A mágica que seduziu adultos e crianças volta agora com seus principais trunfos reforçados. O roteiro que Naum Alves de Souza preparou, sobre um poema de Jorge de Lima, ganha uma releitura. “A idéia de desenvolver e reeditar a partir de um poema de Jorge de Lima um espetáculo de dança surgiu há 24 anos”, conta Naum Alves. “O Circo Místico era uma obsessão para mim”, declarou. Ele disse ainda que decidiu recuperar o místico e trazer a história para os dias atuais e colocar o texto numa linguagem onde o profano se mistura ao sagrado de maneira bonita e original.

Depois de Curitiba o espetáculo realizará turnê nacional, até agosto, passando por São Paulo, Rio, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. A nova montagem é uma realização da Arte com Trato, com apoio de empresas paranaenses e apoio da Secretaria da Cultura e Teatro Guaíra.

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Estréia às 20h30 de hoje no Guairão, com apresentações amanhã e sábado no mesmo horário e no domingo às 19h. Ingressos a dez e cinco reais.

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