Reprodução de mural vai realçar NovoMuseu

O desenho de uma mulher em movimento, em traços de tinta preta sob fundo amarelo, vai realçar a elegante arquitetura do NovoMuseu do Paraná. O mural, trazendo uma das poucas figuras humanas desenhadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, também autor do projeto do museu, já está instalado e cobre uma área de 1.020 metros quadrados na torre que sustenta o imenso “olho” de vidro em construção e nas laterais do auditório.

O trabalho de reprodução começou em setembro. Dois artistas plásticos paranaenses os escultores Maria Helena Saparolli e Elvo Benito Damo desenvolveram o tom de amarelo aprovado por Niemeyer e organizaram uma equipe de profissionais das áreas de cerâmica, vidro e escultura com a finalidade de reproduzir artesanalmente o desenho em 25,5 mil peças de azulejo branco. O bisneto de Niemeyer, o também arquiteto Carlos Henrique Niemeyer, e o arquiteto responsável pela obra, Oswaldo Cintra, aprovaram o trabalho final.

Todo o processo foi feito de forma artesanal. Após diversos testes, os escultores optaram por peças quadradas de azulejo branco, com 20 centímetros de lado, produzidas por uma indústria mineira. Cada uma delas recebeu uma camada de “vidrado” amarelo, sofreu um processo de queima em forno elétrico e, depois, recebeu “vidrado” preto, dependendo da disposição do desenho no mosaico.

Assim como nos demais projetos do NovoMuseu, o trabalho dos artistas plásticos passou por procedimento licitatório. Além de apresentarem currículos conhecidos no mercado de arte nacional, a proposta de Maria Helena e Elvo Damo sagrou-se vencedora graças à atividade docente de ambos, que dedicam a maior parte de seu tempo formando novos talentos num ateliê livre de escultura em Curitiba, aberto ao público. “Para atender esse tipo de encomenda não é necessário ser um artista, mas ter o domínio da técnica para reproduzir o projeto apresentado”, explica Maria Helena.

Com o objetivo de executar o projeto com qualidade e cumprir o cronograma estabelecido, Maria Helena e Damo contaram com uma equipe de 12 profissionais. Atentos ao curto espaço de tempo para concluir o trabalho, os dois escultores firmaram parceria com uma indústria com grande capacidade de queima das peças, para trabalhar 24 horas por dia e queimar entre 35 e 38 metros quadrados de azulejos. Cada uma das peças foi numerada para fazer parte do grande quebra-cabeças que decora a torre e as laterais do edifício do NovoMuseu.

“Está sendo uma grande oportunidade para nós. É um prazer executar um trabalho que tem a assinatura de Oscar Niemeyer. O desafio maior, no entanto, é o tempo”, diz Maria Helena Saparolli.

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