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O Setor de Preservação e Memória do Centro Cultural Teatro Guaíra guarda relíquias da história do teatro e das artes paranaenses. Criado há 19 anos, ele está sendo reestruturado. Os funcionários começaram um trabalho de resgate de fotos, maquetes e material impresso em museus e entre colecionadores. “Estamos garimpando tudo sobre o Guaíra. Muita coisa se perdeu e o nosso trabalho agora é completar o acervo”, explica o responsável pelo setor, José Silvestre de Cristo, que busca informações desde o antigo Theatro São Theodoro, que originou o Teatro Guaíra.

Localizado atrás do Salão de Exposições do Guaíra, o setor recebe diariamente pesquisadores, visitantes e estudantes que buscam nos arquivos informações sobre o Teatro de Comédia do Paraná, o Balé Guaíra e a Orquestra Sinfônica. Também podem ser feitas consultas sobre as Companhias Independentes, o Teatro de Bonecos, textos de leitura dramática, material sobre as celebridades que passaram pelas artes cênicas do Paraná, recortes de jornal e publicações da área. Somente no primeiro semestre foram mais de mil consultas.

Entre as raridades está todo o material manuscrito do jornalista, ator e dramaturgo paranaense José Cadilhe, responsável por grande parte dos textos apresentados por Salvador de Ferrante, no antigo Teatro Guaíra, nos anos 30. Outra relíquia é a maquete da peça Rasga Coração, de Vianinha, que teve sua estréia nacional com cenário projetado para o Guairinha, nos anos 70.

O acervo guarda ainda 1.500 textos de teatro que estão sendo catalogados e logo os títulos poderão ser consultados pela internet. Os arquivos de recortes de jornais e revistas é desde 1964, e os de programas do teatro desde 1946. “Queremos ter o material anterior a estas datas. Por isso, é importantíssimo que a população nos ajude enviando o que possui sobre o Teatro Guaíra”, pede José Silvestre. “Muitas vezes este material não passa de entulho na casa das pessoas e, para nós, é fundamental tê-lo aqui”.

Sinfônica

O acervo reúne os 18 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná. Estão catalogados todas as obras, compositores, solistas, maestros e músicos que fizeram parte das 700 apresentações da OSP. Neste período, os compositores mais tocados foram Beethoven e Mozart, e o maestro Osvaldo Colarusso é o recordista em regência: 220 apresentações em 13 anos frente à orquestra. José Silvestre explica que os mesmos critérios minuciosos foram usados para catalogar o material do Balé Guaíra e do Teatro de Bonecos. “Mesmo sendo um material vasto, a organização permite encontrar com facilidade qualquer documento”.

Nas prateleiras e caixas do Setor de Preservação e Memória estão os espetáculos, o incêndio do Guairão, as estréias e a vida da sociedade paranaenses. Mas esta história pode ser ainda mais completa. Para participar do projeto de resgate da memória do Teatro Guaíra basta entrar em contato pelos telefones (41) 304-7940 ou 304-7938. Visitas monitoradas também podem ser agendadas por estes telefones.

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