Rascunho aproxima Brasil e Argentina

Edição de março do jornal literário analisa o livro Memorial de Buenos Aires, que aproxima a literatura brasileira e argentina e traz um artigo sobre a cultura contemporânea assinado por Affonso Romano de Sant?Anna

A edição de número 71 do jornal literário Rascunho ? editado pela Letras & Livros, de Curitiba, e que terá 3 mil exemplares distribuídos na Bienal do Livro em São Paulo ? traz na chamada de capa resenha do livro Memorial de Buenos Aires, assinada por Luiz Paulo Faccioli. À parte das querelas futebolísticas, o autor, Antonio Fernando Borges, aproxima Brasil e Argentina pela literatura dos dois maiores escritores de cada lado da fronteira através de um professor e crítico literário.

Obcecado pela obra de Machado de Assis, o personagem vai a Buenos Aires à procura de um amigo desaparecido. Na cidade, conhece Jorge Luís Borges. Daí para frente, personagens reais e fictícios se entrelaçam tendo a capital portenha como cenário. Em entrevista ao editor Rogério Pereira, o autor carioca disseca a sua paixão do autor por Machado e Borges, bem como o interesse por outros escritores.

Também em entrevista, o gaúcho Menalton Braff, vencedor do Prêmio Jabuti em 2000 com o livro À Sombra do Cipreste, comenta a sua obra e a atual literatura brasileira. Braff acaba de lançar a coletânea de contos A Coleira no Pescoço.

Na terceira entrevista da edição, o romancista, ensaísta e tradutor Per Johns ? brasileiro de origem dinamarquesa ? fala de sua última obra, Dioniso Crucificado. No bate-papo, John afirma que Guimarães Rosa é o maior autor mundial, acima de James Joyce e Marcel Proust. O autor de Grande Sertão: Veredas também é destaque no fórum sobre os maiores personagens da literatura brasileira, que tem a participação de dez escritores de renome nacional.

Em artigo, o escritor Affonso Romano de Sant?Anna faz uma breve análise da cultura contemporânea a partir do urinol de Duchamp, eleito a obra de arte mais influente do século 20. No texto, Sant?Anna questiona os motivos que levaram a obra a tal status, acima de outros clássicos, como Guernica, de Picasso.

Seguindo a linha aberta pelo Rascunho para o debate, Paulo Sandrini rebate as críticas feitas sobre seu livro, Códice d?Incríveis Objetos, feita em resenha na edição passada por Luiz Paulo Faccioli. Flávio Paranhos comenta o artigo de Domingos Pellegrini sobre Dom Casmurro na edição 68 de Rascunho ? uma abordagem moralista, segundo o texto.

Viramundo

No caderno Viramundo, destinado à literatura estrangeira, a importância das obras de Joseph Conrad e Herman Melville ainda nos tempos atuais. O escritor Fernando Monteiro aponta as semelhanças do estilo dos autores de dois clássicos da literatura mundial: Coração das Trevas e Moby Dick.

Já o jornalista e escritor Carlos Ribeiro traz à tona uma faceta muito citada mas pouco conhecida de Jack London: a de jornalista. Em resenha do livro O Povo do Abismo, Ribeiro comenta o processo nada ortodoxo de apuração do autor de Chamado da Selva sobre o lado pobre da Londres no início do século 20. Disfarçado de marinheiro americano, London percorre os guetos da cidade e descobre o contraste das formas subumanas que a população pobre vive no então país mais rico do mundo.

Dom Casmurro

No espaço para a publicação de contos, o escritor Rogério Miranda traz um de seus mais recentes textos, O Romanesco, do livro inédito Pedra Redonda. Fernando Monteiro publica os capítulos 16, 17 e 18 do romance O Inglês do Cemitério dos Ingleses.

Para assinar o Rascunho

O Rascunho é um jornal literário de circulação mensal e nacional, criado em Curitiba, em abril de 2000, pelo jornalista Rogério Pereira. Sua assinatura semestral custa R$ 30. Para assiná-lo, os interessados devem escrever para rascunho@onda.com.br.

Visite www.rascunho.com.br

Voltar ao topo