Primeira Bienal do Livro com um time de peso

Seminários, debates, tarde de autógrafos e muito mais. Isso é o que o público poderá esperar da primeira Bienal do Livro de Curitiba, evento que acontece de 27 de agosto a 4 de setembro no Expo Unimed Curitiba, na Universidade Positivo. Os organizadores esperam reunir durante os nove dias de evento aproximadamente 200 mil pessoas.

Ao contrário das bienais que ocorrem em outras capitais, como Recife, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, o evento em Curitiba promete ser de um caráter mais voltado para questões da cultura, educação e meio ambiente, conforme explica o curador da bienal, o dramaturgo Alcione Araújo, que fala ainda da importância para Curitiba de sediar uma bienal. “Bienal do livro é importante para qualquer cidade brasileira. Curitiba, por ser uma capital importante e com um público bem crítico, não poderia ficar de fora disso.

O mais interessante da bienal curitibana é que ela é focada em um tema, algo inédito no País, enquanto as outras, com ares de superprodução, são mais focadas em vender livros e promover tarde de autógrafos. Não que isso será deixado de lado, mas o objetivo não é esse. Esse tema que envolve o meio ambiente foi pensado especialmente para Curitiba por ser uma capital que sempre demonstrou preocupação com esse assunto. Estou certo que o evento tem tudo para dar certo”, avalia.

Durante a bienal, serão realizadas as “mesas nobres”, em que haverá debate com personalidades. Araújo informa que durante a abertura do evento, a ex-ministra do meio ambiente e senadora, Marina Silva, e o teólogo Leonardo Boff, que discursou na Organização das Nações Unidas (ONU) recentemente, irão debater o tema Salvar o planeta: responsabilidades e estratégias. “Tenho contato com essas duas pessoas e elas se mostraram muito empolgadas em poder participar desse debate com o público curitibano. Não só eles, mas todos os outros convidados para outras mesas de debates, como Carlos Heitor Cony, Carlos Herculano Lopes, Cristóvão Tezza, Regina Zilberman, Clarah Averbuck, entre tantos outros, aceitaram de imediato o convite. E olha que não é nada fácil reunir um time como esse, haja vista que são pessoas muito requisitadas”, garante.

Estes mesmos nomes participam de sessões de autógrafos e cafés literários que vão acontecer todas as tardes na Bienal. Outras presenças confirmadas no evento, a atriz Marília Pêra, o maestro João Carlos Martins e os autores Rubem Alves e Ivan Junqueira.

O sambista Martinho da Vila vai aproveitar o momento para fazer o lançamento nacional de seu nono livro, o segundo para o público infantil, A rainha da bateria.
Outro ponto em que o curador destaca nessa bienal é a parceria com entidades de classe e o poder público estadual trarão grande benefício para a educação do Paraná. A principal será a realização, durante a Bienal, do projeto Literatura e Ensino, da Secretaria de Estado da Educação.

“Os professores, do ensino médio, vão fazer uma interface com a literatura. Eles serão orientados a trabalhar a literatura nas diversas áreas do ensino e a utilizar as bibliotecas das escolas de forma mais efetiva em cada disciplina. A Secretaria de Estado da Cultura terá um estande no evento com orientações, palestras e divulgaç&at,ilde;o de programas ligados ao segmento, e espaço para que autores independentes possam divulgar suas obras, algo nunca visto antes em uma bienal. Por isso digo que essa bienal tem um algo a mais, pois, mesmo tendo espaço para venda de livros e tarde autógrafos, o foco será nos autores, nos temas, no processo de criação do livro, na formação dos leitores e na interferência da mídia”, comenta.

A Bienal do Livro de Curitiba também promoverá diversas oficinas gratuitas, mas é necessário se inscrever com antecedência pois as vagas são limitadas.

Lançamento

A primeira Bienal de Curitiba vai abrir espaço para novos escritores. Um deles será o goiano de nascimento e paranaense por opção Sandoval Tibúrcio, que é também artista plástico e cabeleireiro. Ele estará lançando o seu romance Magnitude, que consumiu dois anos para escrever e mais seis até sua criação ver a luz do dia.

Tibúrcio conta um pouco mais sobre sua obra, as dificuldades e também a emoção de ver seu livro sendo lançado em um evento como esse. “Magnitude é um romance que fala sobre a grandeza da vida e seus acontecimentos, pois cada personagem é aquilo que todos nós somos e desejamos, com nossas conquistas e derrotas, mas valorizando sempre nossos relacionamentos. A história tem como pivô o cavalo Relâmpago, que ao ser salvo de uma tragédia, contribui para que vários outros personagens tenham suas vidas transformadas. Entrelaçadas, essas histórias darão lugar a muitos outros mistérios envolvendo mortes, sequestros e abandono”, diz.

Lançado de forma independente, o escritor comenta que teve que batalhar bastante para poder lançar sua obra. “O mais complicado é conseguir um patrocinador. Tentei a Lei Rouanet, fui aprovado, mas não consegui alguém que bancasse a impressão. Por sorte, o salão de beleza onde trabalho topou em bancar a publicação e agora, finalmente, poderei ver meu trabalho impresso”, comemora.

Mesmo com todas as dificuldades, Tibúrcio garante que nunca se deixou dar por vencido. “Sempre acreditei no meu trabalho e no meu potencial. Isso fez com que esse sonho se tornasse realidade. E a emoção é maior ainda porque ele será lançado em uma bienal, o que considero uma oportunidade única na minha vida. Espero poder mostrar meu trabalho aos leitores e também para as editoras, pois já tenho um projeto para escrever um novo livro”, afirma.

A tiragem inicial de Magnitude será de dois mil exemplares. A tarde de autógrafos com o escritor será no dia 30 de agosto, das 14h às 16h.

Serviço

Mais informações podem ser obtidas através do site www.bienaldolivrocuritiba.com.br.