A Orquestra Sinfônica do Paraná atinge a maioridade no próximo dia 28. A instituição completa 21 anos de idade com uma história de reconhecimento e sucesso – seus concertos são prestigiados por uma platéia fiel e entusiasta, e coleciona elogios de grandes músicos e maestros.
Para comemorar a data a OSP fará duas apresentações, nos dias 26 e 28, às 20h30, tendo como convidado especial o pianista irlandês John O´Conor. Serão dois concertos diferentes, no Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão), sob regência do maestro Alessandro Sangiorgi.
Na noite de 26 de maio o programa constará dos concertos n.º 3 para Piano e Orquestra e n.º 5 para Piano e Orquestra, ambos de Ludwig van Beethoven. No dia 28 a sessão terá na primeira parte o Concerto n.º 5 de Beethoven e na segunda parte a Sinfonia n.º 5 de Dimitri Schostakovitch. Preço dos ingressos: R$ 10,00.
John O’Conor toca pela primeira vez com a OSP. Ele estará em Curitiba para participar da Semana de Beethoven, que acontece de 22 a 28 de maio numa promoção da Secretaria de Estado da Cultura, Centro Cultural Teatro Guaíra e Museu Oscar Niemeyer, em parceria com a Fondazione Culturale Wilhelm Kempff, com sede em Positano, Itália. Neste período, O´Conor dará um curso de interpretação de Beethoven.
Trajetória
O surgimento da Orquestra Sinfônica do Paraná traz uma história sui generis. Ao assistir a uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira no Guairão, tendo na regência Isaac Karabtchevski, o então governador José Richa encantou-se com o que viu e ouviu e decidiu-se pela criação de um corpo sinfônico mantido pelo Estado. Intensos trabalhos movimentaram a classe artística nos meses seguintes, até que na noite de 28 de maio de 1985, a OSP fazia sua estréia no mesmo palco onde estivera a Sinfônica Brasileira.
Dois maestros subiram ao pódium no concerto inaugural: o paulistano Osvaldo Colarusso (adjunto) e o curitibano Alceo Bocchino (titular), há décadas radicado no Rio de Janeiro. O jovem Colarusso regeu a abertura da ópera Anacreon, de Luigi Cherubinni.
Bocchino comandou as execuções de duas obras de Beethoven, a Sinfonia Nº 8, em sol Maior e o Concerto Nº 5 em mi bemol, opus 73, conhecido como "Imperador". O solo foi do pianista Fernando Lopes. Bocchino, que integra o elenco dos grandes regentes brasileiros, atualmente é maestro emérito da OSP.
A OSP possui amplo repertório e mantém uma pauta de concertos na capital, além de apresentações no interior do Estado. Eclética, levou ao público peças de todas as épocas, passando pelas diversas escolas musicais e utilizando-se de variadas formações.
Entre os maestros convidados estão nomes famosos como Claudio Santoro, John Neschling, Erol Erdinçe, Henrique Morelenbaum, Norton Morozowicz, David Machado, Roberto Duarte, Frederico Gerling Júnior, Tomas Toscano, Manuel Alvarez, Helmut Imig, Pierre Huwiller, Sergio Magnani, Manuel Ochoa, Eugene Ratchev. Dos solistas que tocaram com a Sinfônica destacam-se, entre outros, Nelson Freire, Arthur Moreira Lima, Arnaldo Cohen, Turíbio Santos e Antônio Lauro Del Claro.
John O´Conor
O pianista irlandês John O´Conor coloca sua assinatura na lista dos solistas internacionais. Através de recitais, participações em concertos e gravações, ganhou reputação como intérprete master dos repertórios clássico e romântico para piano. Elogiado por sua técnica formidável e pelo eloqüente domínio de fraseamento do teclado, foi chamado de "Poeta do Piano".
John O’Conor já se apresentou nos principais palcos dos Estados Unidos, Inglaterra, Áustria, Japão, Austrália e Nova Zelândia, além de ter participado da Royal Philharmonic, a Czech Philharmonic, Vienna Symphony, a l´Orchestre National de France, Israel Camerata entre outras. Um dos fundadores da AXA Dublin Internacional Piano Competition, atualmente responde pela direção artística do evento e integra o corpo de jurados. Tornou-se referência no desenvolvimento de jovens artistas como diretor da Royal Irish Academy of Music.
O´Conor iniciou seus estudos em Dublin, sendo mais tarde contemplado com uma bolsa de estudos do governo austríaco que o habilitou a estudar em Viena com Dieter Weber. Em 1973, classificou-se em primeiro lugar na International Beethoven Piano Competition, em Viena, e em 1975 venceu a Bösendorfer Competition.
Além de professor de piano na Royal Academy of Music, ministra aulas master e conferências nos lugares onde se apresenta. Alguns de seus alunos já receberam prêmios internacionais, como o Clara Haskil Competition, o Olivier Messiaen Competition (Paris), o Cologne Competition e o Franz Liszt Competition (Utrecht).
Em 1997 O´Conor assumiu o cargo de professor da Wilhelm Kempff. Ministra curso anual de Interpretação de Beethoven na própria "villa" de Kempff, em Positano, Itália. Por seus serviços para a música, foi agraciado com o Honorary Doctorate, pela National University of Ireland e Honorary Fellowship pela Royal Academy of Music. Recebeu condecorações dos governos da França, Itália, Áustria e Polônia. Em julho de 2005 John O´Connor recebeu o título de Doutorado Honorário da mais antiga universidade da Irlanda, a Trinity College, em Dublim.
Na temporada 2006/2007 dará início às gravações dos Concertos n.º 2 e 5 para piano de Beethoven, com a London Symphony Orchestra, conduzida por Andréas Delfs.