Tipo o Feliciano?

Personagem de Marcos Palmeira será vilão homofóbico

A carreira de Marcos Palmeira na TV sempre foi pautada por papéis de mocinhos. Tanto que, aos 51 anos, o ator não esconde que esperava, há algum tempo, a oportunidade de despertar a ira do público com algum personagem que fugisse desse perfil. Conseguiu ao ser convidado para interpretar o político corrupto Aderbal Pimenta, de Babilônia. “Era algo que eu buscava e hoje agradeço por ter vindo pelas mãos do Gilberto Braga, do Ricardo Linhares e do João Ximenes Braga, que são autores em quem confio”, valoriza.

Na história, Aderbal é o prefeito da pequena cidade fictícia de Jatobá, no interior do Rio de Janeiro. Lá, ele finge ter uma vida simples, sem luxo, exatamente o oposto da realidade que tem quando está em seu apartamento de frente para o mar da Barra da Tijuca, na capital fluminense. Tudo conquistado com dinheiro roubado. “Aderbal é o tipo de cara que, se pudesse, estaria sendo investigado pela Operação Lava Jato. Mas, para isso, precisaria ser bem relacionado, que é o que ele tenta o tempo todo”, avalia o ator.

Porém, a política não é a única faceta polêmica de Aderbal. Pai de Laís (Luisa Arraes), ele vai se transformar em um dos personagens mais homofóbicos da trama, não aceitando a relação da garota com Rafael (Chay Suede), que foi criado pelo casal de lésbicas Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg). “Vamos ver boas cenas de embate e de preconceito declarado. Mas não posso adiantar muito sobre isso. Nem sei o que vai causar mais raiva no público: se esse lado moralista ou a roubalheira”.