Um grupo de cientistas britânicos e americanos garante haver desvendado o mistério que cerca o enigmático rosto da Gioconda, nome dado à mais famosa obra de Leonardo Da Vinci, a Mona Lisa, que parece encarar o espectador, qualquer que seja o ponto de onde é observada.
Os especialistas da Universidade de Ohio, Estados Unidos, e da National Gallery de Londres declararam ao jornal “Evening Standard” que resolveram o mistério do quadro, pintado entre 1503 e 1506. Segundo o professor James Todd, Da Vinci pintou o retrato em certo ângulo, fazendo com que a Gioconda olhe diretamente “ao centro do observador”.
“A idéia é simples, não importa em que lugar da sala a pessoa esteja. A Mona Lisa dá sempre a impressão de nos fitar diretamente nos olhos. O quadro não muda, mas devido à superfície plana, o efeito se amplia”, afirmou.
A equipe gerou várias imagens humanas bidimensionais e as analisou de todos os pontos e ângulos possíveis. “Descobrimos que as mudanças na direção do olhar têm pouco efeito na percepção do observador. A única diferença é que, por exemplo, se a Mona Lisa for observada de certo ângulo, seu corpo pode parecer distorcido, mas seu olhar o acompanhará”, acrescentou Todd.
Alexander Sturgess, curador da mostra Making Faces da National Gallery, a respeito dos mais famosos rostos retratados na pintura mundial, disse que esse processo “foi utilizado por muitos artistas do século XVI e XVII”. “Este efeito ótico fascinou a muitos por longo tempo. O rosto de uma pessoa pode variar consideravelmente com a percepção do observador, dependendo de seu ponto de visão”, esclareceu o curador.
A Gioconda, considerada a obra-prima de Da Vinci, está exposta no Museu do Louvre em Paris, e apesar de seu tamanho reduzido, de apenas 77 por 53 centímetros, é uma das pinturas mais apreciadas pelos turistas vindos do mundo inteiro.