Participações trazem tempero para a festa black do Jota Quest

A distância dos estúdios, em um intervalo entre 2008 a 2013, fez bem ao Jota Quest. Funky Funky Boom Boom interrompeu o silêncio – na sala de gravação -, já que a banda não deixou de fazer shows. Assumidamente cheio de groove, o álbum marcou um posicionamento da banda. A black music sempre esteve no restante dos álbuns, como o norte ou tempero perseguido pelo quinteto mineiro. Desde 2013, contudo, ficou escancarada.

São liberdades de uma banda, prestes a completar 20 anos de carreira. Pancadélico, nome adotado em uma referência ao icônico grupo de funk Funkadelic, do genial George Clinton, é mais um passo em direção ao posto de maior representante do gênero no País, na atualidade. Soa contemporâneo, mesmo que algumas referências já tenham mais de 40 anos.

O Jota Quest não foge do pop, contudo. E, como integrante do pouco que restou de música mainstream após a crise da indústria, não faria sentido deixar o apelo radiofônico de lado. Anitta, maior nome da música popular hoje, participa do single sacolejante Blecaute. Ainda assim, na mesma faixa, traz sua grande referência: o Chic, banda emulada pelo Jota Quest quando nem sequer tinha repertório próprio, está em Pancadélico em carne e osso. Ou, neste caso, na guitarra do maior entendido quando o assunto é a disco music, Niles Rogders.

Há uma bela homenagem a Tim Maia, mestre do soul brasileiro, em Mares do Sul. À sua maneira, o Jota Quest segue seu caminho. E na linha evolutiva da black brasileira, Pancadélico faz por merecer seu espaço.

*O repórter viajou a convite da banda

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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