Pacto de Justiça é o velho oeste recuperado

Além de A Paixão de Cristo, a outra boa estréia da semana é Pacto de Justiça do diretor e ator Kevin Costner, vencedor do prêmio da Academia de Cinema (Dança com Lobos).

Kostner é o típico americano do interior que sabe do que os seus compatriotas gostam. Ele dirige este faroeste tradicional que relata um modo de vida que rapidamente vem desaparecendo. Boss Spearman (Robert Duvall), Charley Waite (Kevin Costner), Mose Harrison (Abraham Benrubi) e “Button” (Diego Luna) criam gado nas vastas pradarias do Oeste e têm um relacionamento de amizade, baseado em firmes códigos de honra, afastados da civilização.

Quando a teimosia do rebanho força-os a entrar na pequena cidade de Harmonville, os caubóis precisam enfrentar um xerife corrupto (James Russo) e o poderoso chefão do lugar (Michael Gabon), que comanda o território através do medo, da tirania e da violência. Boss e Charley são levados para um inevitável confronto final, quando se vêem forçados a defender a liberdade e os valores de um estilo de vida que muito rápido está acabando. Em meio aos acontecimentos, a vida toma um rumo inesperado para o solitário Charley quando ele conhece a linda e alegre Sue Barlow (Annette Bening), uma mulher que acalenta seu corpo e sua alma. Conforme os corajosos caubóis se preparam para a batalha decisiva, são forçados a confrontar e derrotar seus próprios demônios.

“Na minha opinião era uma história que eu gostaria de ver”, explica Kevin Costner, o diretor vencedor do Oscar®, produtor e astro de Pacto de Justiça (Open Range). “Quando falava sobre o projeto, as pessoas se lembravam de outros filmes que gostaram. Então, tudo fazia sentido para mim, inclusive o fato de eu poder criar e interagir com este cenário. Foi um privilégio e uma emoção.”

Pacto de Justiça (Open Range) é o terceiro trabalho de Costner como diretor. Sua primeira experiência foi em 1990 com Dança com Lobos (Dances with Wolves), que lhe trouxe o Oscar® de Melhor Direção. Assumindo três funções no filme, como ele mesmo diz: “Acabou sendo assim. Encontrei o roteiro e o desenvolvi e tive tanta afinidade com o material que os momentos lá narrados se tornaram muito importantes para mim ? ficaram retidos em minha mente. Eu nunca pensei em mim só como ator.” O filme é rodado em amplas e épicas pradarias, Pacto de Justiça (Open Range) tem todos os elementos de um faroeste clássico. Revela um lado único da história americana, o fim de uma era, na qual a terra não tinha dono. A cultura dos caubóis conhecida como “vaqueiros itinerantes” surgiu nesse período ? como acontece com Charley, Boss, Mose e Button ? que vagavam pelos campos com seu rebanho e viviam da terra.

Ofensiva contra pirataria no Brasil

O filme A Paixão de Cristo fez aumentar as ofensivas antipirataria no Brasil. Além das blitzes regulares contra produtos falsificados, tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados um projeto de lei proposto pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que aumenta a pena para o crime de pirataria de obra intelectual, fonograma, videofonograma, programa de computador e aplicativos.

Pela atual legislação, a pena para o crime de violação de direito autoral por reprodução (com o objetivo de lucro) é de dois a quatro anos, além de multa. O projeto eleva a pena de detenção de dois anos e dois meses para quatro anos, além de multa no valor de R$ 10 mil a R$ 50 mil; e acrescenta a modalidade de videofonograma (DVD) na lista das violações.

“Com o trabalho da CPI, surgiu a necessidade de se adequar a legislação em vigor, tanto no aspecto material quanto no processual”, diz o deputado Picciani, que foi relator da CPI da Pirataria na Câmara durante três meses. Ele acha que outras medidas também são necessárias, devido à introdução de novas tecnologias – como a troca de música pela internet.

Os DVDs passaram a ser um dos novos focos da repressão à pirataria. Essa semana, segundo informou a Assessoria de Imprensa da Associação de Defesa da Propriedade (Adepi), uma batida no centro de São Paulo resultou na apreensão de 2 mil cópias de DVDs. São cópias – a maioria de má qualidade, sem os recursos de um DVD, segundo o órgão – de filmes como A Paixão de Cristo, que acaba de estrear.

Segundo dados da Motion Picture Association (MPA), a indústria do audiovisual tem sofrido perdas de R$ 370 milhões ao ano e a pirataria atinge 35% do mercado. Isso, segundo a entidade, causaria uma perda de 17 mil postos de trabalho e sonegação fiscal de R$ 80 milhões.

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