O sexo pela visão feminina

Um “sitcom” sobre sexo a partir de um ponto de vista essencialmente feminino. É esta a base de “Sex and The City”, uma das comédias de maior audiência da tevê americana atualmente, que o Multishow estréia amanhã, às 23h15.

Produzida desde 1998 pelo HBO, a série, que está em sua quinta temporada, já teve as três primeiras exibidas pelo canal da TVA no Brasil. Com humor e uma boa dose de ousadia, quatro bem-sucedidas e “antenadas” nova-iorquinas de 30 e poucos anos tratam do único assunto capaz de fazê-las perder, literalmente, suas noites de sono: encontros e desencontros afetivos. As conclusões não são lá muito animadoras. “Ou as mulheres aprendem a fazer sexo como os homens ou vão bater a cabeça na parede tentando encontrar um relacionamento sério”, defende uma das personagens, logo no primeiro episódio. Elas podem até perder a cabeça, mas não perdem o bom humor – fazer sexo como homem torna-se a grande piada do dia.

Conflitos amorosos

A série é estrelada por Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Cynthia Nixon e Kristin Davis. Sarah Jessica vive Carrie, uma jornalista que escreve no jornal The New York Star a coluna sobre sexo que dá nome à série. A inspiração vem de seus próprios conflitos amorosos e das experiências das amigas Samantha, Miranda e Charlotte, personagens de Kim, Cynthia e Kristin. Assim como o tema dos episódios, o argumento central da série também está ligado a uma coluna – a que a escritora Candace Bushnell escrevia para o jornal The Observer.

Mostrando o eterno conflito das mulheres que conquistaram o mercado de trabalho, mas não conseguem alcançar o equilíbrio em sua vida pessoal, “Sex and The City” já foi indicada a mais de 60 prêmios. Entre os 14 que ganhou destacam-se o Globo de Ouro em 2000, 2001 e 2002 de Melhor Série de Comédia e Melhor Atriz para Sarah Jessica e o Emmy 2001 de Melhor Série de Comédia, o primeiro a ser concedido a uma série de tevê por assinatura.

Elegãncia

Além da franqueza às vezes desconcertante na abordagem das angústias femininas dos novos tempos, a série tem na elegância um de seus pontos altos. As quatro modernas amigas desfilam na alta sociedade de Manhattan seus cabelos impecáveis e suas roupas caríssimas. O figurino, cheio de estilo próprio, mistura Christian Dior, Fendi e Manolo Blahmik com relógios coloridos Swatch, pérolas – verdadeiras e falsas – e luvas de todos os comprimentos. Na sociedade americana, o sucesso é absoluto. Não é difícil ouvir comentários do tipo “isto é muito Carrie”, em referência a um determinado estilo de vestuário.

Acreditando na reedição do sucesso no Brasil, o Multishow comprou as quatro primeiras temporadas da série e garantiu a preferência de compra da quinta, que estreou nos Estados Unidos no dia 21 de julho e ainda não foi liberada para venda. Segundo Tatiana Costa, coordenadora de programação do canal, o valor foi o dobro do que o canal costuma pagar pelo licenciamento de programas. “Foi um investimento grande. Mas é uma compra estratégica, porque a série é top de linha e tem a cara do nosso público”, afirma. O público-alvo do Multishow é formado, em sua maioria, por mulheres entre os 18 e os 34 anos.

Quem também aposta na boa repercussão da série por aqui é Daniela Mignani, gerente de marketing do Multishow. “Não é um programa com piadas gratuitas, cheio de clichês. Nós esperamos que ele se torne um dos líderes de audiência do canal”, valoriza, Pela expectativa, nem parece que a série já foi exibida no Brasil. Mas quem já viu pode aguardar a atuação de Sônia Braga no programa. Como somente as três primeiras temporadas foram exibidas por aqui e a atriz participou da quarta, esta é, seguramente, uma novidade. Sônia fez uma participação especial em três episódios, como a artista plástica Maria, uma lésbica que se envolve com uma das amigas de Carrie.

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