Marcado pelo hibridismo de ritmos afro-brasileiros com influência afro-cubana e aquele peso rock’n’roll, Ponto enredo pode ser classificado como o disco onde o samba aparece com maior ênfase no trabalho do Pedro Luis e a Parede (PLAP). Produzido por Lenine, este é o primeiro álbum só com inéditas desde Zona e progresso, de 2001.
O resultado dessa mistura musical característica da banda pode ser conferido hoje, na Momentai Music & Fun. A explicação sobre a forte influência do samba no repertório do CD reflete a maleabilidade com que o grupo encara o processo de composição.
Porque aconteceu esta escolha? “Talvez por eu ter composto a maioria das canções na estrada, usando um cavaquinho, que é um instrumento típico da linguagem do samba”, responde Pedro Luís, compositor e cantor do PLAP.
Mas o grupo quer deixar claro que não pretende fazer um disco de samba, mas fazer uma releitura do ritmo brasileiro com a pegada da guitarra elétrica do convidado Leo Saad ou com a inclusão do baixo melódico e “pesado” de Mario Moura. Além de Pedro (voz, violão e guitarra), completam a formação da banda Mário Moura (baixo), C.A. Ferrari, Sidon Silva e Celso Alvim (bateria e percussão).
O álbum apresenta músicas de diversos gêneros, todas de autoria de Pedro Luís, algumas em parceria com Zé Renato, Lenine, Lula Queiroga, Roque Ferreira, Carlos Rennó e Suely Mesquita e ainda o poema Cantiga, de Manuel Bandeira, extraído da obra Estrela da vida inteira, musicado por Pedro. “[As participações] foram por afinidades e admiração. Em todos os nossos álbuns isso acontece, é uma tônica”.
No palco, a banda mostrará as novas canções do disco, como Ela tem a beleza que nunca sonhei, Ponto enredo, 4 Horizontes, Santo samba, Luz da nobreza, Mandingo e Tem juízo mas não usa. O show também inclui sucessos antigos como Menina bonita, Caio no suingue, Miséria no Japão e Seres tupy.
Nota-se o interesse em salientar o samba no disco, que tem abertura com Santo samba, espécie de manifesto tanto na letra (“Vou cuidar de sambar/ Vou cantar pra valer/ O samba é um santo remédio/ Pra quem quer viver”), que invoca o gênero somando um detalhe pop.
O samba pop aliás, permeia as produções do grupo nos quatro CDs já lançados, mas também no trabalho paralelo de renovação do repertório carioca de carnaval feito no Monobloco, criado e conduzido pelos Integrantes da PLAP.
“O fato de o Monobloco ter se tornado um fenômeno popular nos traz lições diversas. Entretanto são trabalhos bem distintos: o Monobloco é um baile com toda a diversidade da música brasileira, enquanto na PLAP desenvolvemos um repertório autoral, voltado para minhas canções”, conceitua Pedro.
Serviço
Pedro Luís e a Parede. Hoje, às 00h30, na Momentai Music & Fun (Av. Água Verde, 66). Ingressos: Fem. R$ 19 (meia-entrada) / Mas. R$ 24 (meia-entrada). Pontos de venda: Disk Ingressos (Call Center: 41 3315-0808, quiosques nos shoppings Mueller, Total e Estação) e na Momentai.