O Rappa se apresenta hoje no Curitiba Master Hall

O Rappa chega hoje a Curitiba para divulgar de seu novo trabalho, 7 Vezes. No repertório, além das novidades e do single Monstro invisível, já tocado nas rádios, antigos sucessos como Minha alma, Me deixa e Reza vela.

O novo disco chega depois de cinco anos do lançamento de O silêncio que precede o esporro. O último trabalho foi o Acústico MTV, em 2005. Para chegar a 13 músicas inéditas (além da regravação de Súplica cearense, de Luiz Gonzaga), cerca de 100 composições foram feitas.

Após a seleção, O Rappa começou a busca por timbres peculiares que se adequassem ao repertório. Foram testados vibrafones, piano acústico, caixas de papelão com pedras, enxadas, correntes, bacia e até um piano de criança.

Depois de 16 anos na estrada, é a primeira vez que toda a produção musical foi executada essencialmente pelos quatro integrantes da banda: Marcelo Lobato (teclados), Lauro Farias (baixo), Xandão Meneses (guitarra) e Marcelo Falcão (vocal), com a contribuição de Cléber (bateria) e Marcos Lobato (teclados).

A escolha foi por um som orgânico. Para captar o som de seus instrumentos da maneira mais fiel possível, a banda evitou loops e truques de estúdios, recursos muito utilizados em trabalhos anteriores do próprio Rappa.

Até dezembro, O Rappa vai passar por mais de 30 cidades brasileiras, com uma esticada em Buenos Aires. A reportagem do Paraná-Online conversou com o tecladista Marcelo Lobato sobre a concepção de 7 Vezes e as expectativas com o novo show.

Como foi a preparação de 7 Vezes? Com mais esse toque pessoal, quais foram as principais mudanças?

Marcelo Lobato: Foi um trabalho mais descompromissado e que funcionou meio que como uma banda de garagem. A demora em lançar o disco é natural, até sair do ritmo de show, colher coisas novas e entrar em estúdio novamente. Eu tocava bateria, agora estou no teclado, e outros integrantes também testaram outros instrumentos. Só isso dá uma diferença grande na elaboração das faixas.

As músicas que ficaram de fora podem ser disponibilizadas aos fãs?

ML: Não temos muito apego com o material que não entrou. A seleção tem uma homogeneidade e, embora falem de assuntos diferentes, uma faixa tem a ver com a outra. Mas a gente tem vontade de colocar na internet parte desse material para os fãs curtirem.

O show pode render um novo trabalho nos próximos meses?

ML: Sim, a gente planeja lançar um DVD do show no ano que vem, porque é o principal do nosso trabalho, onde estamos a maior parte do tempo.

Os argumentos sociopolíticos são marca no repertório do Rappa. O olhar do Rappa sobre essas questões mudou?

ML: Damos uma grande importância para o texto. Desde o início colocamos no trabalho muito da história da rua que tem a ver conosco, histórias de botequim, do lazer barato, da violência. Embora continuem os mesmos, os problemas estão mais complexos e mais contundentes. Tentamos colocar outros olhares sobre isso.

Essa complexidade é um dos recados de Monstro invisível?

ML:
Com certeza. A idéia da letra é mostrar como estamos perdendo nossa humanidade, a falta de atitude com problemas ao nosso redor e como é difícil encontrar os mais diversos “culpados” pelos crimes. Todas são faces do monstro. Nós mesmos somos meio “monstrinhos”, quando estamos no tráfego ou quando viramos o rosto para algo que nos incomoda.

O Rappa mantém um público fiel em Curitiba. Em turnês anteriores, apresentações extras foram feitas, inclusive. Como vocês percebem esse público local?

ML: Curitiba foi um, dos primeiros locais que começamos a ser notados. Existe um carinho enorme conosco, o Xandão mora aqui e é uma referência pro Rappa. Isso é um privilégio para uma banda brasileira. Pena que vai ser um dia só.

Serviço

O Rappa – lançamento do álbum 7 Vezes. Hoje, a partir das 22h, no Curitiba Master Hall (Rua Itajubá, 143 – Portão). Ingresso: R$ 40 (valor sujeito a alteração). Meia-entrada para estudantes e para quem doar um quilo de alimento não perecível. Venda pelo Disk Ingressos (41) 3315-0808/ www.diskingressos.com.br e em quiosques nos Shoppings Mueller e Curitiba.