O Rappa agita o verão paranaense

 A CWB Brasil, de João Guilherme Leprevost e Alexandre Leprevost, começa 2006 oferecendo aos paranaenses um dos shows mais esperados pelo público. No dia 15 de janeiro, a banda O Rappa consagrará o próximo evento da CWB Brasil, nas areias da praia de Guaratuba, litoral paranaense. Para acomodar o público com todas as condições técnicas e de segurança, o evento acontecerá na Praia do Surfista em estrutura especialmente montada para comportar 8.000 pessoas.

O Rappa surgiu em 1994 e desde então conquistou não só o público brasileiro, como também a crítica. ?O Rappa usa e abusa das ciências de baixa tecnologia em seu novo CD/DVD. A banda encara o desafio e se dá bem! Quem está acostumado a mergulhar em sintetizadores, pedais e recursos tecnológicos afins tem que rebolar para gravar um acústico. Ainda mais quando o formato parece estar mais do que esgotado. O Rappa, porém, encarou o desafio e se saiu bem?, afirmou o crítico Leonardo Lichote do jornal O Globo na avaliação do novo CD Acústico MTV da banda.

Além disso, O Rappa recebeu recentemente dois troféus no Prêmio Multishow 2005: o de melhor grupo e o de melhor show. Sendo assim, o público paranaense terá a oportunidade de conferir um show inédito – O Rappa Acústico MTV – e memorável. Pouco tempo atrás a banda teve apresentação desmarcada na capital paranaense por motivos técnicos, então a espera por um dos melhores shows brasileiros só aumentou por parte dos paranaenses.

Serviço

Local: Guaratuba – Praia dos Surfistas – Data: 15 de janeiro -Horário: 20h.

Ingressos promocionais e limitados. Estudantes e doadores de 1 kg de alimento pagam meia-entrada. Pontos de venda: Disk Ingressos Guaratuba (41 3327-2929) e Disk Ingressos Curitiba (41 3315-0808).

Informações: 3027-0072.

Um contrabando de idéias

O grito ?olha o rapa!?? significa rua vazia e gente correndo. Nem poderia ser diferente. Na gíria popular, rapa é o caçador de camelôs, o inimigo número um da economia informal. Porém, uma pequena variação desse sinal de alerta, já quer dizer pistas cheias de gente. Com um ?p? a mais e usando as calçadas como fonte de inspiração, O Rappa faz apenas contrabando de idéias.

O esboço da banda surgiu quando Nelson Meirelles (1.º baixista) se viu acompanhando o cantor Papa Winnie, em uma série de shows no Brasil, ao lado de Marcelo Lobato, Alexandre Meneses e Marcelo Yuca, uma banda formada às pressas apenas para acompanhar os jamaicanos. Nelson foi produtor do Cidade Negra e de programas de rádios alternativas do Rio; Lobato tinha feito parte da ótima banda África Gumbe; Alexandre tocou com grupos africanos na noite de Paris; e Yuca fez parte do grupo de reggae da Baixada Fluminense, KMD-5. Animados com o resultado das apresentações, os quatro resolveram continuar juntos. Faltava, contudo, uma voz. Um anúncio colocado no ?Rio Fanzine? (caderno de música do jornal O Globo) resolveu o problema. Último de uma extensa lista de candidatos, Marcelo Falcão ganhou a vaga com nota 10 em técnica e emoção. Nascia, então: O Rappa disposto a mexer em várias mercadorias do barulho ? roots, dub, reaggae, rap, samba… Os passos seguintes foram a contratação pela Warner Music, a gravação do 1..º CD e sua mixagem em Londres, a cargo do baixista e maestro Dennis Bovell, parceiro inseparável do poeta dub Linton Kwest Johnson. E assim O Rappa chegou as lojas em 1994.

O 2.º disco do grupo veio com todos os ingredientes necessários para, finalmente, colocar a banda na lista das mais tocadas e vendidas do País. Produzido pelo ?mestre?? Liminha com a participação de Wellington Soares na percussão e dos DJs Zé Gonçalves, Rodrigues, Paulo Futura e mudando de baixista (sai Nelson Meirelles e entra Lauro Farias) o álbum veio recheado de letras ácidas e muito suíngue. Para compor o repertório, além das canções próprias, foi resgatada a música Vapor barato (de Wally Salomão e Jards Macalé), gravada originalmente por Gal Costa em 1971. O cd Rappa-Mundi chegou às lojas em 1996 e tocou por 3 anos nas rádios.

Já o disco lado b lado a duas faces de uma mesma realidade; dois mundos distintos e correlatos. O 3.º álbum de O Rappa escancara ainda mais as diferenças políticas e sociais, deixando evidente a maturidade do grupo carioca. Das músicas à atuação junto ao grupo AfroReggae, de Vigário Geral (RJ), surgiu a idéia para o projeto Na palma da mão – Campanha de Incentivo aos Jovens de todo o Brasil. A iniciativa d´O Rappa conta com o apoio de uma das mais conceituadas ONGs brasileiras, Fase (Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional) e seu Setor de Análise e Assessoria e Projetos (SAAP). No encarte do CD e nos folders distribuídos pelos shows, banda pede a participação dos fãs e doações na c/c da campanha. Os fundos arrecadados foram repassados a projetos ligados a jovens carentes, com programas educacionais, da alfabetização à conquista dos direitos individuais.

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