O olhar de um poeta iluminado: Noel Nascimento

Agraciada com a publicação Cosmonave, 2.ª edição, que é complementada por aquela intitulada Coreto de papel (4.ª edição, Curitiba, Vicentina, 2006), de autoria de Noel Nascimento, ensaísta, romancista e poeta, e que possui inúmeros talentos, propus-me a realçar alguns aspectos de sua etérea, sublimada e luminosa inspiração, expressa em diversas poesias, que enriquecem a nossa literatura, alçando o autor ao grupo de poetas brasileiros mais destacados, lídimos representantes de nossas manifestações culturais e literárias, tanto a nível nacional, quanto regional e local, olhar, este, inteligente e significativo, principalmente para o microcosmo de Curitiba, tendo, como um dos eixos principais, o homem, como ser histórico e social, e a natureza em geral, associando os aspectos geográficos, materiais, terrenos, ou seja, o espaço físico, com o espaço sideral, o cosmos, alcançando os píncaros do irreal, do etéreo e do imaginário, chegando ao nível da utopia, da musicalidade das idéias e da expressão da alma brasileira e, por que não dizer?, curitibana.

O autor coloca os seus dons e talentos nos seus versos, reconhecendo que a sua condição de poeta é uma dádiva de Deus, concedida a uns poucos mortais, como no seu caso, o olhar de um brasileiro para o meio ambiente que o cerca, no sentido de captar e recriar a realidade, ultrapassando, nessa análise, os limites terráqueos, concretos e materiais, transcendendo, para o plano superior, procurando decifrar e traduzir, na sua poesia, os mistérios da mente e do coração humano, valorizando os princípios metafísicos da religião e o progresso da ciência, que se completam, sem antagonismos.

Para se ter uma idéia de conjunto, só mesmo lendo o livro todo, procurando o alcance do olhar do autor e o significado de cada verso, de cada palavra, de cada pontuação, de cada pausa, no sentido de absorver o caráter humanista, místico e polêmico, principalmente nos dias atuais. Resolver os problemas é tarefa de gigantes, mas ?é possível em poesia / alcançar o inatingível? (O primeiro astronauta. Cosmonave, p.7).

Após estas rápidas considerações, faço votos que o autor continue a premiar os leitores em geral com novas publicações, nos gêneros de sua preferência, contribuindo para o nosso enriquecimento cultural e exaltando, de modo significativo, o espírito de brasilidade e paranismo.

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