Liderança com influência, desapego material e bom relacionamento. Esses são alguns dos conceitos apresentados pelo americano James C. Hunter, autor de O monge e o executivo (Sextante), para uma pessoa conquistar autoridade perante algum grupo. Há trinta semanas na lista de livros mais vendidos na revista Veja, e figurando nas primeiras colocações das principais revistas e jornais do Brasil, a obra busca a essência da liderança. Liderança entre os amigos, a família e, principalmente, nos negócios. Com compromissos no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, onde realizou um bate-papo com o público nas Livrarias Curitiba (Barigüi), nesta quarta-feira, Hunter falou sobre seu livro e o novo conceito de liderança que as grandes empresas estão adotando nos Estados Unidos.
Escrito em forma de romance, e sem desviar o caminho da auto-ajuda, Hunter conta a história de um homem de negócios bem-sucedido que, de repente, se vê fracassando como chefe, marido e pai. Numa tentativa desesperada de retomar o controle da situação, ele decide participar de um retiro sobre liderança num mosteiro beneditino. ?As pessoas devem seguir um líder pela vontade própria e pela autoridade e confiança que ele exerce, não pelo uso do poder. Quando você usa sua influência pessoal, as outras pessoas o seguem abertamente?, diz o autor.
Em entrevista para O Estado, ele afirmou que nos Estados Unidos os empresários estão criando grupos de liderança, baseados no modelo da pirâmide administrativa, mas de cabeça para baixo. Com a pirâmide invertida, os empregados estariam mais próximos aos clientes, como no trecho: ?Imagine, como mostra a pirâmide, uma organização onde os empregados na linha de frente estivessem servindo aos clientes e garantindo suas verdadeiras necessidades. E suponha também que o superior da linha de frente começasse a ver os empregados como clientes e se dedicasse a identificar e preencher suas necessidades. E assim por diante. Adotando esse novo paradigma, o papel de líder não é mais impor regras, e sim de servir?.
Segundo dados de pesquisa recente, dois terços dos jovens empregados americanos não largam uma companhia, mas sim seus chefes. Como não basta conhecer esse estilo de administração para haver essa mudança de paradigma, seriam necessárias transformações de caráter e educação. Para o líder pacifista Mahatma Gandhi, a pessoa deve ser a mudança para mudar o mundo, e a única pessoa que você muda é você mesmo. Com frases de Gandhi, Jesus Cristo e outros personagens históricos, Hunter aborda conceitos simples, e que no decorrer da vida são esquecidos, ou mal interpretados pela sociedade. ?Mas não é lendo um livro que alguém vai mudar. É necessário que as pessoas sintam isso no coração e entendam que o caminho é de melhora contínua. Menos de 10% das pessoas que lêem o livro realmente mudam?, afirma.
A continuação de O monge e o executivo já saiu nos Estados Unidos com o título The worlds most powerfull leadership principal – How to became, neste livro, Hunter abandona o romance e parte para a didática explicando como adotar as idéias do primeiro livro. Atualmente está escrevendo o terceiro, quando os personagens do primeiro, que foram ao mosteiro, se reencontram para saber se mudaram o estilo de liderança.
Autor
James C. Hunter é consultor-chefe da J.D. Associados, uma empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento. Com mais de 20 anos de experiência, Hunter é muito solicitado como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários. Atualmente mora em Michigan com a esposa e a filha.