O mar na mesa do bar

Dante Mendonça

Fechando o verão para balanço, a temporada não encerrou no vermelho. Foram contabilizados também os azuis, os amarelos, os verdes; o laranja, o rosa, o violeta, o branco. Até o cinza, infelizmente bem presente na estação. De resultado líquido e transparente, restaram dezenas de aquarelas. Um apanhado de céu, mar e montanha. Muitas montanhas, a Serra do Mar feito moldura do Brasil meridional. Um recreio com a cor, com a forma, com a mancha e o papel. Da paisagem um vislumbre, uma textura porosa. Um imenso prazer de verão, assim como quem surfa, veleja, pesca ou namora. São aquarelas distraídas. Mar e montanha distraídos, presos por um olhar também distraído. O pintar inútil, pura vagabundagem, no ângulo de uma mesa de bar.

Assim foi e assim será: “O mar na mesa do bar”. Nesta quinta-feira, dezenas das aquarelas (formato 10,5cmx14,5cm) estarão reunidas nas mesas do bar Ao Distinto Cavalheiro (esquina das ruas Saldanha Marinho e Visconde do Rio Branco). De a 4 de março a 3 de abril. No horário do aperitivo de sempre.

Sobre mares, aquarelas e bares

Olhaí o Dante surpreendendo a gente de novo, gente! Esse catarina, da Nova Trento de Madre Paulina, agora promete sacudir Curitiba como nos anos 70, da sua saudosa “Banda Polaca”.

Até que enfim consegue para Curitiba o que o Jaime buscou por muitos anos: a conquista do Atlântico. Que descer a serra que nada! É só dar um pulinho no Ao Distinto, onde a Saldanha Marinho conversa com a Visconde do Rio Branco e aproveitar este final de verão. Fica desde já decretado: essa é, agora, a nossa praia. Adeus Matinhos, Caiobá, Guaratuba e até mesmo o Baturité de Camboriú.

Ah, decreto também dispensáveis os comentários quanto à técnica adotada pelo Dante, pois… como criticar quem põe o mar no bar?

Venha! Verão verás, deveras!

Belos, longos e muitos verões…

Curitiba, Verão de 1942 (mais 62)

Bruno De Franco

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