Nos DVDs, o que ainda surpreende do diretor da nouvelle vague

Não tem Chabrol, mas tem. A caixa que a Versátil dedica à nouvelle vague traz ainda seis filmes em três DVDs. Alain Resnais e Jean-Pierre Mocky, O Ano Passado em Marienbad e Os Libertinos; Truffaut e Jean-Luc Godard, Um Só Pecado e Banda à Parte; Jacques Demy e Jacques Rivette, A Baía dos Anjos e Paris nos Pertence.

Muito já se falou na nova onda como reação da juventude ao cinema de velhos que se fazia na França. Com exceção dos de Mocky e Rivette, nenhum dos demais é filme de estreia. Há um culto a Marienbad – o autor do texto com certeza não é seu oficiante. Sua preferência vai para Demy – Jeanne Moreau faz uma jogadora compulsiva inspirada em… Bette Davis.

Paris é mais que um pano de fundo em Rivette. O Louvre sedia uma bela cena de Bande à Part. E Um Só Pecado, talvez o filme menos amado de Truffaut, resiste bem à revisão. Um filme em que o amor louco produz tragédia. O filme mais decupado/hitchcockiano do diretor, com 700 ou 800 planos. Serge Toubiana pede ao cinéfilo que preste atenção na cena do elevador. A timidez do homem, os olhares, a iluminação.

A nova caixa da Versátil dedicada exclusivamente a Truffaut traz três filmes – A Noite Americana, De Repente Num Domingo e Atirem no Pianista. Truffaut ainda surpreende? Olhem o que diz Toubiana – “O que surpreende é descobrir pistas, ecos de um filme a outro. Caminhos secretos, vias subterrâneas que fazem a ligação da obra.” Intrigante.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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