Em tempos de Copa do Mundo o Museu Paranaense apresenta a mostra ?Bola na Rede ? História do Futebol Paranaense?, com fotos, objetos e documentos que contam a trajetória, no Paraná, deste que é o mais popular dos esportes. A exposição faz um pequeno painel dos três principais times do Estado: Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná Clube.
Entre os destaques da exposição estão diversos troféus, do mais antigo de 1921, do Coritiba, até os mais recentes como a taça de Campeão Brasileiro da primeira divisão em 2001, conquistada pelo Atlético e o do Paraná Clube, campeão da série B em 92. A mostra abriu esta semana e permanecerá até o dia 9 de julho.
Lembrar a história dos times de futebol é contar a história de um estado. Em cada título conquistado existe no imaginário popular uma relação com a época vivida. Não é raro encontrar torcedores que rememoram acontecimentos históricos relacionando-os com uma Copa do Mundo ou uma conquista (até mesmo derrota) do time de coração.
Assim, a exposição que acontece no Museu Paranaense faz uma deliciosa volta ao passado de três times e mostra algumas curiosidades. Quem iria imaginar que Santos Dumont, o ?Pai da Aviação?, tem um título de sócio do Atlético Paranaense, quando o clube ainda era Internacional Football Club?
Do lado coxa branca, é impossível não se emocionar com as chuteiras do maior craque do clube em todos os tempos: Aroldo Fedato – o jogador que por mais tempo vestiu a camisa do clube (13 anos, de 1944 a 1957) e o que mais ganhou títulos pelo Coritiba (sete estaduais em 1946, 47, 51, 52, 54, 56 e 57). O calçado utilizado pelo jogador está exposto ao lado de uma bola de futebol da década de 50.
O Paraná Clube por sua vez mostra um pouco de sua história que começa com a fusão de clubes importantes de Curitiba como o Ferroviário e o Colorado. Para os torcedores do tricolor foi reservada uma boa lembrança: o troféu de pentacampeão paranaense, conquistado entre 1993 e 1997, que será exposto entre as diversas bandeiras que deram origem ao atual time de futebol.
Histórico
O Futebol nasceu "Football Association", em 1863, na Inglaterra no período da Revolução Industrial. Tinha 11 atletas de cada lado porque eram 11 os representantes dos colégios reunidos em Londres, para unificar as regras. Suas origens, no entanto, são bem mais remotas.
Algumas teorias indicam ter sido no antigo Egito que surgiram os primeiros jogos, com características do que hoje chamamos futebol, entre 4,5 mil e 4 mil anos a. C. Entre nós chegou oficialmente em 1894, com Charles Miller, vindo da Inglaterra e se espalhou pelo país. A cultura local interagiu e o futebol recebeu influências do samba, da capoeira, do jongo, de nossa cultura corporal e sinuosa, ganhando um jeito de arte.
No Paraná não foi diferente. A bola do começo do séc. XX era importada e Frederico Fritz Essenfelder fez no nosso Estado o que Charles Miller produziu no Brasil: divulgou a bola e o jogo apaixonante, quando Curitiba já era um centro respeitável ávido por novidades vindas do exterior.
Jovens da época de tradicionais famílias se reuniam no campo do Quartel da Força Pública para os primeiros ?rachas? com a bola. Esses, mais tarde, decidiram fundar um clube de futebol. Ao contrário do que acontece hoje, o ?nobre esporte bretão? foi, nos primórdios, uma prática elitista que distinguia os ricos e excluía os pobres.
Por essa época, as camadas menos abastadas da população já tentavam se aproximar do futebol, um processo que se acentuaria cada vez mais ao longo do tempo. Com a democratização, o futebol foi se tornando um fenômeno da cultura de massa e da massa. Estádios cheios e jogos disputados, também, através de palavras, análises e opiniões. As torcidas entoaram em campo e carnavalizaram os espaços do futebol. O futebol foi virando uma grande paixão. Em função disso e em tempo de Copa do Mundo, o Museu Paranaense contextualiza o futebol dentro da história do Paraná.
Serviço:
Mostra ? Bola na Rede ? História do Futebol Paranaense?.
Local: Museu Paranaense (Rua Kellers, 289 ? Alto São Francisco). Telefone: (41) 3304-3300
Data:De terça a sexta-feira, das 10h às 17h, sábados, domingos e feriados das 11h às 15h.
Ingressos: R$ 2,00. Estudantes pagam meia entrada. Menores de dez anos e maiores de 65 têm entrada livre. Aos sábados a entrada é gratuita a todos.
A mostra permanece até 9 de julho.