Mostras em SP destacam filmes de Quentin Tarantino

No mês em que se comemora o Dia do Rock – celebrado hoje -, o cineasta americano Quentin Tarantino é o homenageado da mostra Rock Tarantino, que estreia hoje

na programação do Cine Olido e Centro Cultural São Paulo (CCSP). Realizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, o projeto brinca com a forma rock’n’rol com que Tarantino pensa seus filmes, esmiuçando algumas das influências que carrega na sua cabeça de enciclopédia cinematográfica ambulante.

Há comentários de que o período em que Tarantino trabalhou como atendente de uma locadora, aos 22 anos, foi fundamental para a construção de seu repertório. Naquela época, ele já escrevia roteiros, o que culminou no marcante “Cães de Aluguel” (1992). “Queríamos mostrar que os filmes de Tarantino são um quebra-cabeça de referências e tentar entender como ele as usa, criando uma obra própria”, explica Alex Andrade, idealizador do projeto e curador da mostra em cartaz no Cine Olido. Lá, a brincadeira gira em torno do filme “Bastardos Inglórios”, o mais recente longa do cineasta e que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme deste ano.

Estrelado por Brad Pitt, o filme usa como pano de fundo a França ocupada pelo exército alemão durante a Segunda Guerra. “Quando saí do cinema, após cerca de três horas de projeção do Bastardos, comecei a lembrar de filmes que eu já tinha assistido e aos quais aquelas imagens me remetiam”, conta Alex. As pontes estabelecidas entre Bastardos e outros filmes podem levar até o western “Rastros de Ódio”, de John Ford (1956), ou mesmo a “O Mágico de Oz” (1939), passando por “O Encouraçado Potemkin” (1925), o noir “O Desespero de Veronika Vöss” (1981) e o político “A Batalha de Argel” (1965). No caso de “O Mágico de Oz”, uma das referências mais inusitadas, o curador Alex explica a relação: “Ao final, Shosanna Dreyfuss (papel de Mélanie Laurent) é vista na tela e as labaredas aparecem. No filme, o rosto gigantesco de Oz é também uma imagem projetada, uma criação feita por fumaça e espelhos”.

À princípio pensada para se centrar em “Bastardos Inglórios”, Rock Tarantino foi ampliada. No CCSP, o mote do estudo são os dois volumes da série “Kill Bill”, que acompanha a saga de uma mulher (Uma Thurman) com sede de vingança. Por isso, nada mais apropriado do que montar um ciclo de filmes cults e desconhecidos. “Tarantino sabe manipular imagens que aparecem repetidas vezes dentro de um gênero”, observa Célio Franceschet, curador da mostra no CCSP – que exibe hoje, às 20h, “À Prova de Morte”, que permaneceu inédito no Brasil por três anos. Já a obra completa do cineasta está no Centro Cultural da Juventude. As informações são do Jornal da Tarde.

Mostra Rock Tarantino – CCSP: R. Vergueiro, 1000. Grátis. (ingressos 1 hora antes). Cine Olido: Av. São João, 473. Ingressos: R$ 1. Centro Cultural da Juventude: Av. Dep. Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha. Grátis (ingressos 30 min antes).

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