Morre Will Eisner, criador do Spirit

Morreu anteontem à noite, aos 87 anos, o quadrinhista americano Will Eisner, por complicações de uma cirurgia que ele fez no coração no dia 22 de dezembro. Considerado uma lenda no mundo da história em quadrinhos, ele criou em 1939 seu mais famoso personagem, The Spirit, um detetive que combatia o crime na fictícia Central City. Apesar da idade, ele continuava em atividade. Seu último romance gráfico, The Plot, será lançado ainda este ano.

Will Eisner nasceu a seis de março de 1917 no Brooklyn, Nova York. Filho de imigrantes judeus, cresceu nos cortiços que serviriam de cenário para seus romances gráficos. Publicou seu primeiro trabalho no jornal da escola secundária Witt Clinton, mas o primeiro trabalho profissional só apareceu em 1936 na revista Wow What a magazine, mas a revista fechou depois de quatro números e Eisner criou um estúdio com seu amigo Jerry Iger que virou uma fábrica de quadrinhos, entre eles os Falcões dos Mares e Sheena, a rainha da selva. Os dois desfizeram a sociedade em 1939 quando Eisner foi produzir um suplemento de 16 páginas para ser distribuído pelo Quality Comics Group. O carro-chefe passou a ser The Spirit, um mocinho mascarado que defendia Central City do crime. Seu traço era inovador, com ângulos cinematográficos, truques de iluminação e narrativa fluente. Em pouco tempo, o suplemento passou a se chamar The Spirit section.

Em 1942, ele foi mandado para a guerra, sendo aproveitado na confecção de trabalhos visuais para as Forças Armadas, deixando The Spirit a cargo de colaboradores que, embora talentosos, não conseguiram substituí-lo à altura. Daí quando voltou no final de 1945, começou um bem-sucedido processo de recuperação de seu personagem principal, que continuou com sucesso até 1952.

A partir daí, Will passou a produzir especiais dele, além de vários outros projetos. Nos anos 70, Eisner publicou A contract with God, uma sequência de quatro histórias que precederam seus romances gráficos como No coração da tempestade, The dreamer, O edifício e Um sinal do espaço. Ele se manteve ativo até o fim. Eisner morreu de complicações cardíacas após uma operação que lhe implantou quatro pontes de safena.

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